O IBGE divulgou na manhã dessa terça-feira o IPCA de agosto, que registrou alta mensal no período de 0,23%, levemente abaixo do esperado pelo mercado (0,28%), mas acima da ata de 0,12% reportado em julho.
No acumulado em 12 meses, o IPCA registrou aceleração pelo segundo mês seguido, saltando de 3,99% em julho para 4,51% em agosto. O resultado também ficou ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas (4,67%).
No acumulado do ano de 2023 registrou alta de 3,23% até o oitavo mês do ano.
Entre os nove grupos pesquisados pelo IBGE, seis registraram alta na variação mensal.
O grupo que teve o maior impacto inflacionário em agosto foi Habitação, com forte alta de 1,11% na variação mensal e impacto de 0,17 p.p. sobre o índice geral.
Dentro desse grupo, o item que gerou o maior impacto inflacionário foi energia elétrica residencial, com forte alta mensal de 4,59%. Essa variação foi impulsionada pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas do mês anterior. Além disso, ocorreu reajuste de preço em quatro capitais do país, sendo: Vitória (9,64%), Belém (8,84%), São Luís (7,03%) e São Paulo (3,94%).
Ainda nesse grupo, houve alta mensal de 0,19% para a taxa de água e esgoto.
O segundo grupo a apresentar maior pressão inflacionária foi Saúde e cuidados pessoais, com variação mensal de 0,58% e impacto de 0,08 p.p. sobre o índice geral.
Nesse grupo, o destaque inflacionário ficou para o item higiene pessoal, com alta de 0,81% em agosto após reportar deflação de 0,37% no mês anterior. Portanto, houve um ajuste após a queda em julho. Entre os subitens, destaques para produtos para pele (4,50%) e perfumes (1,57%).
Os outros quatro grupos que registraram alta mensal foram: Vestuário (0,54%), Transportes (0,34%), Despesas pessoais (0,38%) e Educação (0,69%).
Três grupos registraram deflação mensal em agosto. O grupo de maior pressão deflacionária foi Alimentação e bebidas.
O grupo Alimentação e bebidas registrou queda de 0,85% em agosto, após recuo de 0,46% em julho. O impacto deflacionário no oitavo mês do ano desse grupo foi de -0,18 ponto percentual.
Dentro desse grupo, o item de maior pressão deflacionária foi alimentação no domicílio com baixa de 1,26%. Essa variação refletiu a queda no preço dos seguintes subitens: batata-inglesa (-12,92%), feijão-carioca (-8,27%), tomate (-7,91%), leite longa vida (-3,35%), frango em pedaços (-2,57%) e carnes (-1,90%). Na ponta contrária, amenizando a pressão deflacionária, tivemos como destaque de alta o arroz (1,14%) e as frutas (0,49%).
Os outros dois grupos a registrarem deflação foram: Comunicação (-0,09%) e Artigos de residência (-0,04%).
Com o Copom surpreendendo o mercado no início de agosto ao reduzir a taxa Selic em 0,5 p.p., os investidores passaram a vislumbrar a chance da nossa autoridade monetária acelerar o ritmo de queda de juros até o final desse ano.
Porém, o resultado do IPCA de agosto reforça a visão do próprio Copom, que escreveu explicitamente no comunicado e na ata, que deverá manter o ritmo de queda da taxa Selic em 0,5 p.p. nas três últimas reuniões desse ano. Dessa forma, a taxa de juros no Brasil deverá encerrar esse ano em 11,75%.
Para que houvesse espaço para uma aceleração no ritmo do corte de juros, os números de inflação teriam que vir bem abaixo do esperado, algo que não ocorreu em julho e agosto. Os dados recentes de inflação no país são condizentes para a manutenção do ritmo de queda de juros praticado no mês anterior.
Ademais, o resultado do PIB do segundo trimestre bem acima do esperado pelo mercado é outro fator que justifica mais três quedas de 0,5 p.p. nas reuniões de setembro, novembro e dezembro. Com a atividade econômica crescendo bem mais que a expectativa, acelerar o ciclo de afrouxamento monetário tende a trazer pressão inflacionária para 2024.
Outro ponto são as expectativas inflacionárias que seguem acima das metas para 2023, 2024 e 2025. Para esse ano está acima do teto da meta e para o ano que vem e 2025, acima do centro da meta. Portanto, sem espaço para uma queda mais pronunciada da taxa de juros no país pelo menos até o final desse ano.
Hoje os compradores de milho estão divididos entre dois fundamentos: 1) a capacidade de execução no Golfo e; 2) a volta da Ucrânia ao mercado de Panamax, navios com mais de 60 mil toneladas.
Os prêmios no Brasil seguem firmes, com exportadores tentando defender ao menos o custo de originação.
As ofertas no Brasil seguem firmes, acima dos +100z para embarque outubro, novembro e dezembro. Os exportadores no Brasil estão tentando defender esses níveis, isso porque é o nível de originação e também porque o Brasil vinha sendo praticamente a única alternativa para navios Panamax.
Os prêmios no Golfo subiram nas últimas semanas, puxados pelo aumento do custo das barcaças, reforçando o suporte aos prêmios no Brasil.
Corretores da Agrinvest falam que a demanda do Caribe está se voltando novamente aos portos brasileiros do Arco Norte, isso porque os EUA estão com dificuldade de execução devido ao baixo nível do Rio Mississippi. Por isso, o spread entre os portos de Itacoatiara e Barcarena em relação à Santos está diminuindo – Santos sempre tem um prêmio em relação aos portos do Norte.
Custo de originação: Um dos principais motivos para o suporte aos prêmios no Brasil é o custo de originação – custo da compra do grão e os demais custos logísticos até dentro do navio. Atualmente o custo de originação está de 20 a 40 centavos por bushel acima dos prêmios FOB em Santos, o que confirma que os exportadores não estão conseguindo fazer margem na originação. Se esse cenário continuar, o programa de exportação brasileiro vai perder força.
Os embarques de milho na Ucrânia caíram muito desde o fim do corredor e início dos ataques da Rússia. Em junho a Ucrânia embarcou 1,75 milhão de toneladas, caindo para 590 mil em julho e 120 mil em agosto.
Seus clientes mudaram também. De julho do ano passado até junho desse ano a China embarcou 5,22 milhões de toneladas, ou 20% do total do período. A Espanha foi o 2º com 3,4 milhões de toneladas, 15% do total. Hoje a Ucrânia está embarcando navios muito menores, sendo que os maiores compradores estão mais próximos.
O destaque fica para o navio Panamax que deverá embarcar milho em novembro no porto de Chernomorsk. Seria o 1º navio Panamax desde o fim do acordo.
Os compradores de milho estão se perguntando se essa poderia ser uma mudança, o que voltaria a colocar a Ucrânia como uma origem de navios Panamax, concorrendo com o Brasil e o Golfo.
O Bureau of Labor Statistics (BLS) divulgou na manhã da última quarta-feira os dados de inflação ao consumidor (IPC) nos EUA referente ao mês de agosto. O índice núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, registrou alta de 0,3% na comparação mensal, levemente acima do esperado pelos analistas e do reportado em julho (0,2%).
Apesar da aceleração na variação mensal, no acumulado em 12 meses recuou de 4,7% no sétimo mês do ano para 4,3% em agosto, em linha com a expectativa do mercado. Vale salientar, que essa é a menor alta desde setembro de 2021 (4,0%). A desaceleração em agosto ocorreu por fator estatístico, já que em agosto de 2022 havia registrado alta mensal de 0,6%.
Apesar disso, o resultado acumulado em 12 meses segue ainda muito acima da meta que é 2%.
Já o índice cheio registrou alta mensal de 0,6%, ficando em linha da estimativa do mercado e acima do registrado em julho (0,2%). No acumulado em 12 meses registrou aceleração, subindo de 3,2% em julho para 3,7% no oitavo mês do ano, levemente acima do projetado pelo mercado (3,6%).
Vale lembrar, que o Banco Central dos EUA (FED) adota os índices inflacionários núcleo para adoção de sua política monetária, uma vez que eles sinalizam melhor a tendência de preço sem impactos sazonais e choques pontuais de oferta, como ocorre nos preços de energia e alimentos.
O grupo moradia segue sendo o principal responsável pela pressão inflacionária no índice núcleo no acumulado em 12 meses. Porém, esse grupo registrou em agosto uma alta mensal de 0,3%, a menor variação na comparação mensal desde agosto de 2021 (0,2%).
Por conta disso, o grupo moradia registrou desaceleração no acumulado em 12 meses em agosto, quando recuou de 7,7% em julho para 7,3% no oitavo mês do ano, registrando a menor variação nessa base de comparação desde novembro do ano passado (7,1%).
Portanto, essa desaceleração do grupo moradia foi o principal responsável pelo recuo no índice núcleo no acumulado em 12 meses em agosto.
A desaceleração do grupo moradia reflete a queda do preço dos imóveis norte-americanos, como podemos observar no gráfico abaixo. Em linha com essa visão, após dezenove meses seguidos de aceleração no custo de moradia, entre setembro de 2021 e março de 2023, em agosto registrou a quinta desaceleração seguida, o que sinaliza que o pior já passou.
O recuo no preço dos imóveis nos EUA reflete o aumento da taxa de juros nos EUA, que impulsionou de 3% para 7,3% o custo do financiamento imobiliário na terra do tio Sam e derrubou a demanda por moradia própria.
Em linha com essa visão de menor demanda pela casa própria, o número de vendas de casas usadas em julho registrou 4,07 milhões de unidades no acumulado em 12 meses, número bem abaixo dos 6,5 milhões de moradias vendidas em janeiro de 2022. Desde que o Fed começou a elevar a taxa de juros nos EUA em março de 2022, que o número de casas vendidas vem recuando continuamente.
Os outros grupos que compõe o índice núcleo tiveram o seguinte desempenho na variação mensal em agosto: Veículos novos (+0,3%), Carros e caminhões usados (-1,2%), Vestuário (0,2%), Produtos médicos (0,6%), Serviços de transporte (0,4%) e Serviços de assistência médica (+0,1%).
O grupo energia foi o responsável pela aceleração na variação mensal no oitavo mês do ano do índice cheio. Em agosto, o grupo energia registrou forte alta mensal de 5,6%, fruto do forte aumento de 10,6% no preço da gasolina e 9,1% no valor do óleo diesel. Em julho, esse grupo havia reportado uma alta mensal de apenas 0,1%.
A disparada no preço dos combustíveis refletiu a alta expressiva do preço do barril do petróleo na bolsa de Nova York ao longo de agosto. No oitavo mês do ano, o preço médio diário do barril do petróleo na bolsa norte-americana foi de US$ 81,32, contra US$ 75,80 em julho. Ou seja, uma alta de 7,3%.
Já o grupo alimentos nos EUA registrou leve alta mensal de 0,2% em agosto, em linha com o registrado no mês anterior. Diante desse resultado, a alta acumulada em 12 meses recuou pelo décimo segundo mês seguido, cedendo de 4,9% em julho para 4,3% no oitavo mês do ano.
Esse movimento de desaceleração acompanha o rumo desse grupo em outros países do globo, refletindo a queda do preço das commodities agrícolas no mercado internacional ao longo desse ano. Em 2022, o início da guerra entre Rússia e Ucrânia impulsionou o preço dos grãos (trigo, milho e soja), o que encareceu o custo dos alimentos ao redor do mundo. Sem esse fator altista em 2023, há um natural arrefecimento do preço dos alimentos.
A contínua desaceleração do índice núcleo no acumulado em 12 meses, reforça a visão do mercado de que o Fed não deverá mais elevar a taxa de juros na maior economia do mundo nas três reuniões que faltam em 2023. Vale lembrar que a taxa de juros norte-americana está em uma banda entre 5,25% e 5,50%, maior nível em quase vinte e três anos.
Com a inflação desacelerando continuamente e dados de atividade econômica sinalizando fraqueza, especialmente, no setor imobiliário, é dado como certo que o Fed não elevará a taxa de juros na reunião da semana que vem (dia 20).
A dúvida do mercado vinha sendo sobre a possibilidade de a autoridade monetária norte-americana vir a realizar um novo aperto na decisão do mês de novembro. Porém, com a divulgação do dado de inflação hoje, os investidores passaram a apostar majoritariamente que não haverá mais alta de juros no encontro do penúltimo mês do ano.
Segundo o FedWatch do CME, o mercado vê 61% de probabilidade de manutenção da taxa de juros na reunião de novembro contra 38% de chance de uma nova alta de 0,25 ponto percentual. Há uma semana atrás, 53% vinham probabilidade de estabilidade nos juros e 44% de um novo aumento.
Refletindo o sentimento de que não haverá mais alta de juros pelo Fed em 2023, os ativos de risco têm uma sessão bastante positiva após a divulgação dos dados de inflação na maior economia do mundo.
Nesse cenário, as bolsas norte-americanas registram altas nesse momento entre 0,3% e 0,5%, enquanto o dólar IDX recua 0,1%. Antes da divulgação dos dados do IPC, as bolsas recuavam entre 0,1% e 0,3% e o dólar IDX subia 0,15%.
Beneficiado pela queda do dólar ao redor do globo, o índice Bloomberg Commodities sobe 0,35%.
Em linha com o movimento de apetite ao risco no exterior, o dólar comercial no Brasil tem forte queda 0,91%, cotado a R$ 4,9090. Já o Ibovespa dispara 1,02%, cotado a 119.173 pontos.
Os ativos de risco nos países emergentes são os mais beneficiados pelos números da inflação nos EUA.
COLHEITA
A previsão para a colheita de grãos e oleaginosas na Ucrânia aumentou significativamente.
A colheita ucraniana deste ano será maior do que a do ano passado em termos de safras individuais. Isso foi relatado pelo Conselho Agrário da Ucrânia.
“A safra atual já superou as expectativas, embora a safra de milho esteja apenas começando. A Ucrânia pode colher um total de cerca de 80 milhões de toneladas, já temos altos índices de colheita de soja, a colheita de girassol aumentou.”
Lembraremos que, em julho, o Conselho Agrário da Ucrânia previu a colheita de grãos e oleaginosas no nível de 66-68 milhões de toneladas.
A Ucrânia já coletou quase 34 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas.
Agricultores de todas as regiões da Ucrânia colheram 33,7 milhões de toneladas de uma nova safra.
Conforme informou o Ministério da Política Agrária, até a primeira semana de setembro, foram colhidas 29 milhões e 309 mil toneladas de grãos lavrados, a área de colheita é de 6.697 mil hectares e a produtividade é de 4380 kg/ha.
O USDA publicou a previsão da colheita de trigo e milho na Ucrânia.
SEMEADURA
A Ucrânia está sofrendo com uma seca de solo, as condições para semear as culturas de inverno são desfavoráveis.
Na primeira década de setembro, devido à falta de precipitação na maior parte do território da Ucrânia, não houve reposição significativa das reservas de umidade produtiva. Tais condições levaram à propagação da seca do solo, que é desfavorável para a semeadura das culturas de inverno para a safra de 2024.
Como foi relatado pelo centro hidrometeorológico ucraniano, no final da década, o suprimento de umidade da camada arável do solo na maioria das áreas destinadas à semeadura de culturas de inverno era insuficiente (11-20 mm) e insatisfatório (menos de 10 mm). Em muitas áreas do sul, centro e algumas áreas do leste regiões, a camada arável do solo estava completamente seca.
ANÁLISES
A Ucrânia aumentou em 24% a exportação de farelo de girassol em 2022/23.
Durante a temporada 2022/23, a Ucrânia exportou pouco mais de 4 milhões de toneladas de farelo de girassol para o mercado externo, o que representa 24% a mais do que as exportações da temporada anterior. Ao mesmo tempo, tornou-se um dos indicadores mais baixos das últimas 7 temporadas, relatam analistas da AI “APK-Inform” com referência a dados operacionais.
Os volumes de embarque aumentaram em todas as direções-chave, mas a China e a União Europeia continuaram sendo os principais importadores de farinha ucraniana, com participações de 42% cada (45% e 31%, respectivamente, na temporada 2021/22). Ao mesmo tempo, vale a pena notar que, se o aumento das exportações para a China para a temporada foi de cerca de 16%, então para os países da UE – quase 70%.
No último final de semana tivemos a notícia da ocorrência de um novo ciclone extratropical acometendo a região do Extremo Sul do Brasil e desta vez, apresentou um maior nível de devastação em relação aos dois ciclones anteriores.
Desde junho, o Rio Grande do Sul já registra três ocorrências de ciclones e para esta semana, a previsão é de novas ocorrências de chuvas torrenciais por todo o estado.
Além de todos os danos causados à população e infraestruturas, os impactos sobre as lavouras já começam a ser reportados.
Apesar de uma grande probabilidade de um corte na produção de trigo do RS diante dos impactos recentes desses ciclones, a produção ainda é bastante elevada, estimada pela Emater-RS em 4.5 Mi de t. Ao compararmos este volume a média dos anos anteriores e observando a demanda anual dos moinhos gaúchos, que oscila entre 1.8-2.0 Mi de t, notamos que, mesmo com uma redução na produção, o estado deverá ter uma grande oferta, o que limita uma recuperação dos preços.
A questão principal, não só para o trigo gaúcho, mas para o trigo do Paraná, é a respeito do potencial tecnológico deste trigo para uso na indústria moageira.
As primeiras lavouras colhidas de trigo no PR tiveram qualidade aquém do esperado, mas ainda há muito o que colher e, da região Central em diante, envolvendo as regiões de Guarapuava, Ponta Grossa, União da Vitória, os reportes são bem positivos quanto a qualidade do cereal, por enquanto.
Mas mesmo que PR e RS ainda apresentem níveis de qualidade de parte da safra inferior ao esperado. Hoje, o cenário de recuperação de preços acaba sendo diferente ao que foi visto no ano passado.
Os EUA também sofreram uma grande quebra na safra de trigo de inverno de alta proteína, diminuindo a oferta do grão para moagem. A UE também apresenta o mesmo quadro. Logo, há grande oferta de trigo soft e baixa proteína, elevação na oferta de trigo feed, mas um quadro de menor disponibilidade de trigo de alta qualidade.
Apenas para relembrar, ano passado, o trigo do PR subiu fortemente durante a colheita diante da queda de qualidade da safra provocada pelas chuvas. Neste ano, pelo que se vê, é o Rio Grande do Sul que irá sofrer estas condições.
Porém, os preços não devem se comportar da mesma maneira, já que neste ano, os preços de paridade de importação do trigo é o que estão limitando uma alta do cereal no mercado doméstico, somando-se ainda a grande safra esperada, acima de 10.5 Mi de t, quando temos uma demanda anual de cerca de 12.0 Mi de t.
Mesmo que a produção recue e haja uma restrição na oferta de trigo de boa qualidade em determinados momentos, o preço do trigo importado está praticamente em linha com as cotações do mercado físico para a safra nova, o que por enquanto, impede uma alta deste trigo, mesmo com um cenário complicado de clima no atual momento.
Na semana passada o governo da Argentina divulgou um novo mecanismo para incentivar a venda de soja pelo produtor. O país sofreu a pior quebra de produção da sua história e agora sofre com a inflação fora de controle causada pela desvalorização cambial. O produtor, neste cenário, segura a venda da soja para se proteger contra a inflação, porém o banco central argentino precisa desesperadamente da exportação para trazer dólares para o país, e cria mecanismos criativos para incentivar o farm selling como as rodadas do Dólar Soja em 2022 e 2023.
NOVO MECANISMO
O mecanismo anterior, o Dólar Soja, fixava o câmbio em um nível mais alto em relação ao oficial, por exemplo, o câmbio oficial era 200 pesos e o câmbio paralelo (blue) 400 pesos, o banco central fixava o Dólar Soja a 250 pesos, 150 pesos abaixo do blue ao invés de 200, melhorando em 25%, O problema agora é que o câmbio blue é muito mais volátil, então esse diferencial de 25% logo reduz por conta da forte desvalorização do blue que indo para 500 pesos o diferencial já cai para 20%, hoje o câmbio blue é 712 pesos contra 350 pesos do câmbio oficial.
No novo mecanismo o banco central argentino permite que, durante o mês de setembro, as exportadoras utilizem 25% da sua receita em dólar para comprar soja diretamente convertida pelo câmbio paralelo (blue), o que significa que a taxa de conversão final seria sempre o equivalente a 25% do spread entre o câmbio blue e o oficial. Por exemplo, se o blue for para 800 pesos e o câmbio oficial permanecer em 350 pesos, a taxa para o exportador seria 463 pesos, 32% acima do câmbio oficial, porém sempre 25% da diferença entre os câmbios.
IMPACTOS
A medida já trouxe alguma movimentação, a Bolsa de Buenos Aires anunciou que, na primeira semana de setembro, 951 mil toneladas foram negociadas contra 240 mil negociadas na última semana de agosto. Os preços locais já subiram cerca de 19%.
Na semana passada a Bolsa de Rosário estimou que 7 milhões de toneladas ainda estão nas mãos dos produtores disponíveis para a venda, vale lembrar que o estoque de passagem da Argentina na safra passada foi de 6 milhões de toneladas.
Dados do dia 04 de Setembro
Os preços da ureia CFR Brasil acumularam uma queda de mais de 20% nos últimos trinta dias. No início de agosto, as cotações do nitrogênio CFR Brasil estavam em torno de US$ 450/t. Na última sexta-feira, as cotações oscilaram entre US$ 345 e US$ 350/t. Portanto, a queda supera os US$ 100/t nesse período. A retração nos preços do nitrogênio ocorreu após o anúncio dos resultados do leilão indiano realizado pela IPL no início do mês passado. Os indianos receberam cerca de 3,3 milhões de toneladas de ofertas e adquiriram mais de 1,8 milhão de toneladas. Agora, as atenções estão voltadas para as compras brasileiras visando a segunda safra. Como apontado nos últimos relatórios, a relação de troca entre o milho e a ureia ainda está acima da média histórica, o que desencoraja os produtores brasileiros a assumirem
posições. Em relação às cotações da ureia no mercado doméstico, observa-se que as quedas são mais tímidas em comparação com os preços CFR. Nos últimos trinta dias, as cotações do nitrogênio em Paranaguá recuaram aproximadamente 13%. Nos demais polos produtores ao redor do mundo, a liquidez também é baixa. A China, que forneceu uma grande quantidade de ureia para a Índia, deverá continuar exportando quantidades significativas de ureia nos próximos meses, já que a demanda local está sazonalmente mais fraca. Ainda em relação ao mercado asiático, estima-se que um novo leilão indiano ocorrerá até o final do ano, porém, ainda não há estimativas de quando o evento será realizado. Nos EUA, os níveis baixos do Rio Mississippi podem mais uma vez causar problemas logísticos e elevar os preços da ureia para os americanos. Vale lembrar que no ano passado, o mercado já relatava uma situação semelhante. É importante observar que a demanda dos produtores americanos é menor nesta época do ano. Por fim, em relação ao sulfato de amônio, os preços também recuaram. Nos últimos dias, observaram-se cotações próximas a US$ 170-180/t CFR Brasil; contudo, no Mato Grosso, as cotações são vistas próximas a US$ 300/t FOB Rondonópolis. Quanto ao nitrato de amônio, os preços FOB Báltico estão em torno de US$ 241/t, enquanto as cotações CFR Brasil estão em torno de US$ 290/t.
Em relação aos fosfatados, os preços do MAP estão praticamente estáveis há pelo menos 15 dias. Na última semana, as cotações do fosfato monoamônico ficaram na casa de US$ 530-535/t CFR Brasil. O mercado global, desde o começo da semana, observa atentamente os impactos que o furacão IDALIA poderia causar nas estruturas de produção de fosfatados na Flórida, lembrando que a maior parte das fábricas do país está concentrada nessa região. Além disso, o tender de compra de fosfatados promovido por Bangladesh também acaba atraindo a atenção dos traders de fosfatados. O país do sudeste asiático pode adquirir mais de 400 mil toneladas de DAP. Ainda em relação aos desdobramentos envolvendo a Ásia, os preços do DAP FOB China também estão praticamente inalterados desde o dia 25 de agosto. Atualmente, os preços no gigante asiático ficam entre US$ 565-568/t FOB. Um outro ponto importante a ser acompanhado é o comportamento dos preços do enxofre, matéria-prima utilizada para a fabricação de fosfatados; nos últimos dois meses, os preços do produto tiveram um incremento. Em relação ao superfosfato simples, os preços no Mato Grosso para a safra 2024-25 estão próximos de US$ 350/t FOB Sinop (19%). Ainda há um sentimento de escassez de produtos para entrega imediata. As importações de SSP estão superiores ao ano passado, porém, a produção nacional foi reduzida; além disso, a demanda pelo fertilizante aumentou visando as aplicações da soja 2023-24. Em relação ao superfosfato triplo, os preços pairam US$ 420/t CFR Brasil.
Os preços do cloreto de potássio seguem inalterados nos últimos dias. As cotações do fertilizante estão na casa de US$350/t CFR Brasil. Os preços do KCl para a safra 2024-25 no Mato Grosso ficam próximos de US$500/t FOB Sinop. Neste momento, o foco está nas entregas para a safra que dará início nos próximos dias. Em relação à disponibilidade de produtos, os estoques brasileiros ainda parecem satisfatórios. Os lineups indicam importações muito semelhantes às observadas no ano passado.
Os chineses estão preocupados com a janela de originação de soja de final de ano. Comentei no Mercados na Ásia que as processadoras ainda precisam comprar pelo menos 20 milhões de toneladas de soja até final de janeiro. São duas preocupações:
– A capacidade de execução nos EUA, principalmente pelo Golfo;
– A capacidade do Brasil em continuar ofertando soja para a China para a janela de outubro a janeiro;
Negócios: Negócios reportados durante a semana passada a +265sx para embarque outubro, soja do Brasil. Na semana brokers da Agrinvest reportaram negócios para embarque setembro equivalente FOB a 140 centavos por bushel acima do SX, soja que vai chegar na China por volta de +260sx, em linha com os negócios reportados no destino.
A preocupação em relação ao Brasil se deve à falta de alternativas para continuar ofertando bons volumes de soja. Os portos do Norte e Santos estão comprometidos com o milho, restando o porto de Paranaguá e Rio Grande. Problemas:
Paranaguá: Todos já sabemos que o porto de Paranaguá está congestionado, o que tem causado grande atraso nos carregamentos e altos custos para os exportadores, o que vem sendo descontado nos prêmios. A diferença entre o sobre rodas em Santos e Paranaguá é de R$ 7,00 por saca, por volta de 65 centavos por bushel. Vender mais soja em Paranaguá não parece uma boa ideia, tendo em vista o crescente tempo de espera, os custos mais elevados e os compromissos, principalmente o BL.
BL (fonte – COMEX): O Bill of Lading (BL) é o conhecimento de embarque marítimo, documento que assegura a condição da carga embarcada no modal aquaviário, além se der um contrato estabelecido entre o embarcador e o transportador. Trata-se do documento de navegação mais importante no comércio exterior.
Assim como em outros conhecimentos de carga (por exemplo, para o transporte rodoviário), o BL orienta as relações contratuais entre as partes e é considerado um título de crédito, pois a responsabilidade da carga é repassada ao transportador.
Desse modo, se a carga chega ao transportador com alguma avaria, o transportador – que nesse caso é o comandante do navio ou o representante do armador, como uma agência marítima -, deve indicar esse problema no BL para que a responsabilidade do dano da carga não recaia sobre ele. A cláusula clean on board indica que as mercadorias estão em bom estado aparente, de acordo com as marcas e numeração fornecidas pelo embarcador.
O BL é um documento cuja finalidade é, portanto, um recibo de entrega da mercadoria, pois a posse do BL comprova o recebimento da carga para transporte; um título de crédito, pois garante a retirada da mercadoria junto ao transportador no destino final e; um contrato de transporte entre embarcador e transportador, uma vez que é emitido após o embarque da mercadoria.
Rio Grande: Há duas dificuldades em vender no destino um navio de soja com origem em Rio Grande: 1) a dificuldade de originar. A safra do Rio Grande do Sul quebrou e os produtores continuam segurando, fortalecendo muito os basis locais – a figura 1 mostra a evolução dos basis em Passo Fundo, importante região produtora no Rio Grande do Sul; 2) os fretes estão subindo, 8% nas últimas duas semanas, mais ou menos 20 centavos por bushel de alta, encarecendo a originação; 3) a qualidade é uma limitação também. Muitos originadores estão comentando sobre o alto percentual de avariados na soja do Mato Grosso e Tocantins, soja quem vem sendo vendida em Rio Grande.
Situação dos EUA: No começo de setembro os basis nos EUA subiram no CIF Nola e também no FOB Golfo. A alta foi de mais de 20 centavos para embarque outubro e novembro.
Já na semana passada, os prêmios no FOB encerraram a semana em queda, o que se explica pela mudança do clima e pelo farmer selling – os produtores americanos estão pouco vendidos. Traders nos EUA falam que o clima mais ameno pode reduzir o ritmo da alta dos fretes das barcaças, reduzindo a pressão de alta dos fretes.
A figura 2 mostra a alta dos fretes nas últimas semana para embarque curto, saindo de 450% para 875% em três semanas. No final de setembro do ano passado, o frete spot chegou a 2200% – o valor do frete é cobrado em percentual sobre um valor histórico. Os mapas mostram redução das temperaturas e um pouco mais chuvas para os próximos dias, o que deve ajudar no nível do rio Mississippi. O efeito foi a queda dos prêmios no FOB, o que pode voltar a colocar a soja americana como a mais competitiva para a janela de final de ano.
Foram destaques nessa semana: Argentina vendendo soja na exportação e prêmios do milho firmes no Brasil.
Soja argentina e do Paraguai continuam entrando no mercado. A janela setembro/outubro e outubro está bem ofertada. Temos Argentina e Paraguai ofertando Panamax nos portos de Baia Blanca/Necochea e o Brasil e os EUA ofertando também. A pergunta é: qual o pedágio de qualidade para a soja argentina em relação ao Brasil. Alguns falam em 40 centavos por bushel. Se esse for o caso, os preços estão mais ou menos em linha. Os últimos negócios reportados na Argentina foram a +205sx nessa madrugada – a Sino comprou 03 cargos. O Brasil está ofertando a +245sx e o Golfo a +240sx.
Segundo a Bolsa de Rosario, o produtor argentino vendeu até agora 1,5 milhão de toneladas de soja dentro da nova rodada de soy dollar. Falam em 12 barcos negociados até agora. Outros falam que o número poderia chegar a 1 milhão de toneladas. Não é um grande número, mas o problema é que está caindo, forçando as demais origens para baixo. Tudo parece estar atrapalhando a vida do programa americano de exportação: 1) alta do frete das barcaças; 2) alta do spread do frete marítimo Golfo/Santos – o spread está em $16 por tonelada. O normal é $10; 3) concorrência da soja Sul Americana. O ritmo de embarque e nomeações no Brasil está perdendo força. Em setembro a média diária de embarques caiu para 240 mil toneladas – em agosto a média foi de 340 mil. Todos esses fatores impactarão no tamanho do programa americano de exportação? O USDA cortou mais uma vez suas estimativas. Agora está em 48,7 milhões de toneladas, sendo que o programa está em quase 16 milhões, ou 33% do projetado, longe de ser um programa adiantado. Esse percentual varia entre 20% a 55%, sendo os 20% o ano da guerra comercial. Os spreads da soja na CBOT estão trabalhando um cenário de mais revisões para baixo nas exportações. A única surpresa seria um atraso no plantio no Brasil, em especial no Norte, o que então estenderia as vendas de soja americana até fevereiro. Os prêmios para a safra nova subiram 10 centavos nessa semana. Diria que parte se deve ao clima. Hoje eu diria que o mercado ainda não está convencido do número de estoque final nos EUA em 220 Mb – pode voltar a crescer.
Ontem os brokers da Agrinvest reportaram negócios de milho na Argentina para embarque na 1ª quinzena de outubro a +90z no Up River (90 centavos por bushel acima do contrato dezembro na CBOT) – o Brasil negocia de 10 a 15 centavos por bushel acima da Argentina. Esse negócio dá sustentação aos atuais níveis de prêmios no Brasil a +105z no Arco Norte e +115z em Santos. Outros fatores que estão sustentando os níveis de prêmios do milho no Brasil: 1) Os prêmios no Golfo continuam altos; 2) Os prêmios na Argentina subiram, o que confirma que o mercado continua trabalhando compras da “mão pra boca”; 3) a China continua na compra, pedindo ofertas para embarque curto, mantendo os prêmios firmes para embarque Outubro – o total nomeado de milho para outubro está em 3 milhões de toneladas. Eu diria que ainda há espaço; 4) e principalmente o custo de reposição no Brasil. Esse é o principal motivo dos prêmios firmes. O custo de originação do milho no Mato Grosso e Goiás está girando em torno de +120z a +140z FOB Santos, 5 a 15 centavos acima do nível atual de negócios. No entanto, mesmo com prêmios mais firmes, o Sul do Brasil não está sentindo esse efeito. Do Mato Grosso do Sul para baixo o cenário é completamente diferente. O porto de Paranaguá continua dedicado à soja, obrigando o fluxo do milho desses estados para outros portos mais distantes, pressionando os preços locais. As nomeações de milho em Paranaguá seguem praticamente inalteradas nos últimos 30 dias em 1,2 milhão de toneladas. O tempo de espera em Paranaguá caiu essa semana para 48 dias e as nomeações de soja caíram também, mas o ritmo é muito lento. Até o dia 13 desse mês, as nomeações de soja estavam em 3,34 milhões de toneladas, contra um pico de 4,8 milhões no final de agosto. O resultado é que o preço do milho no Paraná está no mesmo nível do Sul de Goiás, perto de R$ 44,0 a saca – balcão das cooperativas. A diferença é que o milho de Goiás está sendo precificado via Arco Norte e Santos.
Rápidas da manhã: Bolsas no ocidente em leve alta. O CSI300 encerrou a semana em queda de 0,9% – 2ª semana seguida de queda; o governo chinês continua se esforçando para evitar uma desvalorização cambial mais forte. Os bancos poderão assumir posição vendida em dólar por mais tempo; câmbio na China estável a 7,28 (a máxima do movimento foi a 7,36); petróleo subindo agora 0,55% a $90,8 – o petróleo vai encerrar a semana com ganho de $3 o barril – 3ª semana seguida de alta; o diesel nos EUA está subindo, o que vai continuar puxando o diesel no Brasil pela paridade de importação; a soja acumula queda de 5 centavos na semana na CBOT, o milho 3 centavos de queda e o trigo estável.
O Banco Central divulgou na última segunda-feira a atualização das projeções das principais instituições financeiras do país para os indicadores macroeconômicos mais relevantes do Brasil. Para a semana encerrada no dia 01º de setembro, os analistas revisaram para cima as expectativas para o PIB e o IPCA de 2023. Já a expectativa para a taxa de câmbio e a taxa Selic ao final de 2023 foram mantidas inalteradas.
O destaque do relatório ficou para o aumento na projeção do PIB desse ano, que saltou de 2,31% para 2,56%. Essa melhora significativa refletiu o resultado bem acima do esperado para o PIB do segundo trimestre, que foi reportado no dia 01º de setembro de agosto. Segundo o IBGE, a economia brasileira cresceu 0,9% no período frente ao trimestre anterior. Os analistas esperavam uma expansão de apenas 0,3%. A projeção para o IPCA subiu de 4,90% para 4,92%, repercutindo o resultado do IPCA-15 de agosto acima do esperado (Real: 0,28%/Expectativa: 0,17%). O mercado aguarda para semana que vem o número do IPCA de agosto para realizar novos ajustes. A expectativa para a taxa Selic ao final desse ano foi mantida em 11,75% pela segunda semana seguida. O tom do comunicado e da ata do Copom, sugerindo mais três quedas na taxa de juros do Brasil em 0,50 p.p., está em linha com a perspectiva de que a taxa Selic encerre 2023 em 11,75%. A taxa de câmbio foi mantida em R$ 4,98.
O programa de exportação brasileiro de soja embarcou até a segunda semana de setembro 2,07 milhões de toneladas. Em setembro de 2022 o total foi de 4 milhões de toneladas.
Em agosto as exportações de soja atingiram recorde na série histórica, superando o recorde anterior de 8,12 milhões em 2018. Estão nomeadas para setembro exportação de 4,30 milhões de toneladas, para outubro exportação de 4,31 milhões de toneladas e para novembro 323 mil toneladas, portanto, o comprometido para o ano é de 91,86 milhões de toneladas.
De janeiro a agosto o Brasil embarcou para a China 56,69 milhões de toneladas, contra 47,40 milhões de toneladas na média dos últimos dois anos. Nesse mesmo período o Brasil embarcou 3,7 milhões de toneladas de soja para a Argentina, volume recorde – em todo o ano passado foram embarcadas para o país vizinho apenas 289 mil toneladas.
O programa de exportação brasileiro de milho embarcou nos primeiros 5 dias úteis de setembro 1,96 milhão de toneladas. Em setembro do ano passado o total foi de 6,42 milhões de toneladas.
Em agosto as exportações de milho atingiram recorde na série histórica, superando o recorde anterior de 7,44 milhões em 2022. Estão nomeadas para setembro exportação de 6,60 milhões de toneladas, para outubro exportação de 3,02 milhões e para novembro 195 mil toneladas, portanto, o comprometido para o ano é de 30,81 milhões de toneladas. A logística brasileira está lidando com dois grandes programas de exportação ao mesmo tempo, soja e milho, o que aumentou o tempo de espera principalmente no porto de Paranaguá, que saiu de 20 dias no início de julho para 49 dias agora.
No acumulado do ano o Brasil embarcou para a China 3,62 milhões de toneladas do cereal, sendo 2,35 milhões somente em agosto – recorde para um mês. Na temporada passada, quando iniciou as negociações de compra do milho brasileiro por parte do gingante asiático, foram embarcadas de fevereiro a janeiro 2,14 milhões de toneladas.
O programa de exportação de farelo de soja embarcou até a segunda semana de setembro 278 mil toneladas. No nono mês de 2022 o total foi de 1,90 milhão de toneladas.
Agosto também foi recorde nas exportações para o farelo, que superou o recorde anterior de 1,81 milhão de toneladas do ano passado. O Brasil atinge máximas na exportação do farelo de soja após a Argentina sofrer a pior quebra da história, colhendo apenas 19 milhões de toneladas. Estão nomeadas para setembro exportação de 1,33 milhão de toneladas e para outubro 1 milhão de toneladas, portanto, o comprometido para o ano é de 17,95 milhões de toneladas. O principal comprador de farelo do Brasil essa temporada é a Tailândia (2,5 mmt), seguido pela Indonésia (2,37 mmt).
O Brasil também exibe recorde nas exportações de óleo de soja, que atingiram no acumulado do ano 1,80 milhão de toneladas.
O programa de exportação de algodão embarcou até a segunda semana de setembro 63,5 mil toneladas. No mesmo mês de 2022 o total foi de 184,85 mil toneladas.
Esse foi o segundo melhor agosto da série histórica, ficando atrás apenas de agosto de 2020 quando foram embarcadas 108 mil toneladas. No acumulado do ano foram exportadas 601 mil toneladas da fibra natural no mesmo período do ano passado o volume foi de 914 mil toneladas.
O principal destino do algodão brasileiro nessa temporada é Bangladesh, que comprou do Brasil 125,79 mil toneladas de janeiro a agosto.
O programa de exportação de carne bovina embarcou nos primeiras 5 dias úteis de setembro 74,8 mil toneladas. Em agosto de 2022 o volume total foi de 202,07 mil toneladas.
No acumulado do ano foram exportadas 1,29 milhão de toneladas de carne bovina brasileira. A China comprou de janeiro a agosto 719,42 mil toneladas, enquanto no mesmo período do ano passado o volume foi de 780,48 mil toneladas.
O programa de exportação de carne suína embarcou até a segunda semana de setembro 38,80 mil toneladas. No mesmo mês de 2022 o total foi de 100,36 mil toneladas.
Esse foi um dos melhores agosto da série histórica e o maior volume mensal embarcado em 2023. No acumulado do ano foram embarcadas 823,2 mil toneladas, volume recorde. No mesmo período do ano passado foram embarcadas 700,90 mil toneladas. No primeiro semestre a China comprou 282,94 mil toneladas da carne suína brasileira, volume 5% superior a 2022.
Brasil - Boletim Focus
Brasil - IBC-Br
EUA - Condições das lavouras
Europa - Inflação ao consumidor
China - Decisão taxa de juros - PBoC
Alemanha - Inflação às empresas
Reino Unido - Inflação às empresas
EUA - Decisão taxa de juros - FED
EUA - Pedidos seguro desemprego
EUA - Vendas casas usadas
EUA - Vendas semanais
Japão - Decisão Taxa de Juros - BOJ
Europa - PMI Composto
EUA - PMI Composto
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O VAREJO NA CHINA: Um bom termômetro para essa pergunta á o desemprenho das Ações da Yum! China, a maior rede de fast food da China – a rede possui 8500 lojas em 1100 cidades.
As ações da Yum encerram a 6ª-feira (15) com ganho de 3,2% e quase 9% acima das mínimas do ano. Além dos planos de expansão da empresa, a boa performance se deve aos dados de vendas das grandes cadeias de restaurantes em agosto.
COMMODITIES: O petróleo continua subindo. Na semana a alta foi de quase $3,0 por barril, 3ª semana seguida de ganho. O petróleo continua subindo de olho na manutenção dos cortes da OPEP+ e nos estoques americanos.
A produção americana continua 1 Mbd abaixo do seu histórico e as exportações de derivados continuam perto de suas máximas. As grandes petroleiras continuam reduzindo a capacidade de exploração e refino, o que está alinhado com suas metas de redução de emissão de gases do efeito estufa
MILHO NO BRASIL: No Brasil o mercado do milho continua divido em dois, o mercado orientado aos portos do norte e Santos, e o mercado orientado para Paranaguá.
A diferença de preço entre Santos e Paranaguá está em R$ 5,00 por saca – Paranaguá mais baixo – o que tem prejudicado muito os preços do milho no interior do Paraná e também no Mato Grosso do Sul.
Paranaguá está trabalhando abaixo de outros portos onde não há tempo de espera. Em Paranaguá, o tempo de espera está em 48 dias, enquanto em Santos está em 9 dias.