O Banco Central do Brasil divulgou há pouco o resultado do IBC-Br de julho desse ano. O indicador que é visto como uma prévia do PIB brasileiro, registrou no período crescimento mensal de 0,44%, um pouco acima do esperado pelos analistas (0,30%). Em contrapartida, o número de junho foi revisado de 0,63% para 0,22%, reduzindo o impacto positivo do número acima do projetado no sétimo mês do ano.
Diante do resultado de julho, a economia brasileira acumula crescimento 3,21% nos sete primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2022.
Já no acumulado em 12 meses, a expansão em julho foi de 3,12%, registrando a terceira desaceleração seguida nessa base de comparação.
A surpresa positiva com o PIB do segundo trimestre reforçou um cenário de grande resiliência da economia brasileira diante da taxa de juros elevada tanto em nosso país quanto no exterior.
Por conta do custo do dinheiro mais caro internamente e nos países desenvolvidos, a expectativa do mercado no início desse ano era de um crescimento econômico de apenas 0,8% em 2023, muito abaixo da expansão de 2,9% registrada em 2022.
Porém, os dados da atividade econômica ao longo do primeiro semestre surpreenderam positivamente de forma significativa, sinalizando que poderemos ter uma leve aceleração do crescimento do PIB esse ano na comparação com o ano passado.
Os dados do PIB no primeiro e segundo trimestre, aliado aos números do IBC-Br de julho, sugerem uma expansão econômica em torno de 3% em 2023. Os números do IBC-Br no acumulado do ano vão nessa direção.
Mas qual o motivo para tal resiliência da nossa economia esse ano? Dois fatores são importantíssimos para justificar esse crescimento surpreendentemente positivo esse ano.
Primeiramente, tivemos no primeiro trimestre desse ano um forte crescimento da produção agropecuária do país, fruto da safra recorde de soja. A produção de 156 milhões de toneladas da oleaginosa nos primeiros três meses de 2023 garantiu um fortíssimo crescimento de 21% do PIB da Agropecuária em relação ao trimestre anterior, melhor desempenho nessa base de comparação desde o quarto trimestre de 1996 (23,4%). E graças a esse desempenho espetacular da Agropecuária é que o PIB total cresceu 1,8% no primeiro trimestre na variação trimestral.
A oferta de soja em 2023 reportou um crescimento de 21,9% em relação a 2022, quando foi produzido 128 milhões de toneladas. Inicialmente, era esperado uma produção de 145 milhões de toneladas na safra do ano passado.
Outro fator que tem ajudado a economia brasileira é o arrefecimento da inflação ao longo dos últimos dezesseis meses. Após atingir o pico inflacionário de 12,13% em abril do ano passado no acumulado em 12 meses, a inflação foi desacelerando e chegou a atingir um piso de apenas 3,16% em junho desse ano. Em agosto de 2023 está em 4,61%.
A queda da inflação melhora o poder de compra das famílias, impulsionando a demanda interna. E foi exatamente isso que foi observado nos dois primeiros trimestres de 2023.
Após registrar um crescimento trimestral de apenas 0,4% no quarto trimestre de 2022, ainda impactado negativamente pela inflação elevada em meados daquele ano, o consumo das famílias vem apresentando aceleração na expansão no primeiro semestre desse ano. No primeiro trimestre reportou crescimento trimestral de 0,7% e no segundo trimestre de 0,9%.
E a expectativa é que siga melhorando nos próximos trimestres, por conta da continuidade do controle inflacionário e também por conta do início do ciclo de queda de juros no Brasil em agosto desse ano, que deverá trazer frutos positivos a partir do início do ano que vem.
Vale lembrar, que o consumo das famílias no Brasil corresponde a cerca de 70% do PIB do país sobre a ótica da demanda. Portanto, tem um peso muito relevante sobre a nossa economia e por isso, é tão importante o controle inflacionário no Brasil. Com a inflação elevada não tem como a economia brasileira performar de forma positiva.
Resumindo, a super produção de soja no primeiro trimestre e o controle da inflação impulsionando o consumo das famílias, são os dois fatores positivos para que a nossa economia tenha uma performance esse ano muito melhor do que era projetado no começo do ano.
Mas para que esse bom desempenho permaneça em 2024 é crucial que o governo entregue uma política fiscal equilibrada, pois se falharem grosseiramente no cumprimento da meta primária estipulada para o ano que vem, o dólar voltará a se valorizar e impulsionará a inflação, o que derrubará o consumo das famílias. Ou seja, a responsabilidade com as contas públicas é crucial para que o bom desempenho desse ano não seja mais um voo da galinha em nosso país.
As vendas no varejo da China cresceram mais do que o esperado em agosto. As vendas no varejo cresceram 4,6% na variação anual, acima da expectativa de 4,3%. Na base mensal o crescimento também ficou acima do esperado.
Os reflexos nos mercados foram imediatos. O minério de ferro subiu mais de 2% nessa 6ª-feira, o índice das commodities da Bloomberg também subiu, dando suporte às moedas de exportadores, a exemplo do real. Agora temos a seguinte questão: finalmente os planejadores chineses conseguirão reverter o quadro de fraqueza da economia?
Um bom termômetro para essa pergunta á o desemprenho das Ações da Yum! China, a maior rede de fast food da China – a rede possui 8500 lojas em 1100 cidades.
As ações da Yum encerram a 6ª-feira (15) com ganho de 3,2% e quase 9% acima das mínimas do ano. Além dos planos de expansão da empresa, a boa performance se deve aos dados de vendas das grandes cadeias de restaurantes em agosto.
As vendas cresceram 12,4% na variação anual e 19,4% de crescimento no acumulado de janeiro a agosto.
Interessante ressaltar também a venda dos supermercados. O crescimento foi de apenas 4,5% na variação anual e crescimento de 4,9% no acumulado do ano.
Reversão: O crescimento mais forte das vendas de restaurante, e o crescimento menor da venda dos supermercados, pode indicar uma reversão do processo que já se estende por quatro anos – pessoas optando por comer em casa. A alimentação fora de casa é o grande driver do consumo de óleos vegetais e carnes. Esse seguimento representa 1/3 do consumo desses dois itens, muito importantes para a demanda chinesa por soja importada.
Ainda não dá para comemorar: Apesar do crescimento acima do esperado das vendas no varejo, os detalhes mostram que ainda não “dá pra” comemorar, isso porque a atividade da construção civil continua em queda livre, a principal engrenagem do crescimento chinês. No geral, o movimento dos serviços continua voltando ao normal, restaurantes, turismo, hotelaria e varejo. O que ainda está para trás são os seguimentos que dependem da construção civil. A venda de móveis, aparelhos para casa e materiais de construção continuam crescendo à taxas negativas. A venda de eletro caiu 2,9% na variação anual e a venda de material de construção caiu 11,4%. Parece que estamos diante de uma mudança importante, que não necessariamente é negativa para o modelo de crescimento chinês no longo prazo – redução da dependência do investimento – mas é negativa para as commodities, em especial minérios e metais. A figura 3 mostra as ações da Anhui Cement, a maior produtora de cimento da China, deixa isso bem claro. Suas ações continuam num canal de baixa, o que reflete seus resultados cada vez piores – queda das vendas, queda da margem e aumento do endividamento.
As empresas de alimentos na China se aproximam de uma data muito importante, a Golden Week, feriado nacional do dia 29 desse mês até o dia 7 de outubro. Durante esse período, os chineses viajam e o consumo de alimentos sempre cresce. Estudos mostram que um turista tende a consumir 30% mais em alimentação durante esse período, o que pode ser muito positivo para toda a cadeia de alimentos e carnes.
No entanto, os preços da carne suína voltaram a perder força, assim como a margem dos suinocultores, fundamento muito importante para o consumo de rações e de farelo de soja. Esse seria um dos principais motivos para a perda de ritmo das vendas nas últimas semanas, mudança de tendência que também foi sentida nas compras de soja. Traders reportaram no começo de agosto compras de mais de 40 barcos por semana, caindo agora para menos de 20.
Vendas de farelo: As vendas de farelo na China foram muito fortes em junho e julho, dois meses seguidos de recordes. Em agosto as vendas começaram o mês fortes, mas acabaram perdendo um pouco de ritmo. Ainda assim, o mês de agosto foi outro mês de vendas fortes, mantendo o cenário de boas margens. No entanto, a figura 4 já mostra que os basis do farelo começaram a ceder, assim como os basis para entrega futura também estão mais fracos. A queda dos basis se explica pela forte perda de ritmo das vendas diárias.
A média móvel de 5 dias encerrou em 240 mil toneladas até o final da 1ª quinzena de agosto, caindo para perto de 30 mil até essa 6ª-feira (15). Essa forte desaceleração e queda dos basis podem afetar as margens das indústrias e a demanda por soja importada para os próximos meses.
A figura 5 mostra as vendas trimestrais de farelo na China – somando spot e contratos para entrega futura. Veja que no trimestre abril, maio e junho as vendas bateram 17,5 milhões de toneladas, muito acima dos anos anteriores, graças principalmente às fortes vendas de junho em 7,5 milhões de toneladas – recorde. Para o trimestre julho, agosto e setembro, as vendas podem ser tão fortes quanto o trimestre AMJ. As vendas em julho fecharam um pouco abaixo dos 7,5 milhões de toneladas e as vendas em agosto encerraram em 5,3 milhões de toneladas.
Assumindo vendas em setembro no fraco ritmo atual, o trimestre JAS encerraria quase 2,5 milhões de toneladas abaixo do trimestre anterior.
Daqui para frente, a grande dúvida será para os próximos dois trimestres, janela que o histórico dos últimos dois anos mostra um cenário nada animador. O Golden Week, feriado que vai do dia 29 de setembro até dia 7 de outubro, será um bom teste para as margens dos suinocultores e para a demanda interna por farelo.
PODERAÇÕES
– As vendas no varejo na China em agosto cresceram mais que o esperado;
– O desempenho das vendas de restaurantes é animador;
– A construção civil continua sendo “a draga” da economia;
– O feriado do Golden Week será um importante termômetro;
– As vendas de farelo desaceleraram;
O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Brasil, definiu 4ª-feira a meta da taxa Selic para os próximos 42 dias. Em linha com a ampla expectativa do mercado a taxa de juros no Brasil foi reduzida em 0,50 p.p., recuando de 13,25% para 12,75%.
Dessa forma, a nossa autoridade monetária manteve o ritmo de afrouxamento monetário que havia iniciado na decisão de agosto.
A forte desaceleração da inflação acumulada em 12 meses no primeiro semestre de 2023 e dados de IPCA abaixo do esperado em agosto, manteve espaço para o Copom continuar o ciclo de queda de juros que foi iniciado na reunião anterior.
Ademais, a expectativa inflacionária para esse ano recuou de forma significativa ao longo desse ano, ficando quase em linha com o teto da meta de inflação e é outro fator que motivou a continuidade do corte na taxa Selic nessa quarta-feira.
No final de abril de 2023, o mercado projetava IPCA em 6,05% para 2023. Já na última estimativa (15/setembro), havia recuado para 4,89%, muito próximo do teto de 4,75%.
Portanto, a somatória da inflação em patamar baixo e expectativa inflacionária melhorando significativamente, abriu espaço para que a nossa autoridade monetária pudesse ter estendido hoje o ciclo de afrouxamento de juros no Brasil.
Em linha com essa visão, a nossa autoridade monetária disse: “Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12,75% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”.
Ao contrário da reunião anterior, a decisão de hoje teve unanimidade entre os nove membros votantes sobre a magnitude na queda da taxa de juros.
No encontro de agosto, o placar foi 5 votos a favor de uma queda de 0,50 p.p. contra 4 votos por uma redução de 0,25 ponto percentual.
A unanimidade dessa quarta-feira já era esperada pelo mercado e veio em linha com que havia sido sinalizado no tom do comunicado da decisão de agosto, quando o Copom tinha dito que haveria unanimidade no tamanho do corte da reunião de setembro.
Após o Copom surpreender o mercado no início de agosto ao reduzir a taxa Selic em 0,5 p.p. (o mercado esperava queda de 0,25 p.p.), os investidores passaram a especular a chance da nossa autoridade monetária acelerar o ritmo de queda de juros até o final desse ano.
Porém, o comunicado divulgado hoje sinaliza que deveremos ter mais dois cortes de 0,5 p.p. até o final do ano, o que levaria a levar a taxa Selic a encerrar em 2023 em 11,75% ao ano.
De acordo com o comunicado: “A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.
E continua: “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
Vale salientar, que a aposta majoritária do mercado desde a última decisão tem sido de manutenção no ritmo de queda de juros até o final de 2023. Em linha com essa visão, no último relatório Focus a projeção de Selic ao fim desse ano era de 11,75% ao ano.
Porém, vinha ganhando força no mercado a possibilidade de corte de 0,75 p.p. na taxa Selic em dezembro. Mas pelo tom do comunicado da decisão descrito acima, fica bem claro é que pouquíssimo provável que ocorra uma aceleração do afrouxamento monetário na última decisão de 2023, o que tende a levar a uma alta de curva de juros futuros na abertura dos negócios amanhã.
Já para a expectativa de taxa Selic encerrando o ano em 11,75% tende a ser positiva para moeda brasileira, pois manterá a nossa taxa de juros bastante atrativa para operações de carry trade (arbitragem de juros). O risco para o cenário de queda do dólar no Brasil no médio prazo segue sendo a política fiscal, que é o calcanhar de Aquiles da política macroeconômica brasileira.
No caso da bolsa brasileira, poderemos ver alguma realização de lucro pontual no curtíssimo prazo por conta de não ter tido nenhuma sinalização de possibilidade de uma queda maior da taxa de juros no curto prazo.
Hoje o Ibovespa subiu forte, descolado da queda significativa das bolsas norte-americanas, na esperança de algum sinal de um afrouxamento monetário maior logo a frente. Como não veio esse sinal, uma pequena realização de lucro passa a ser bem factível.
SEMEADURA
Os agricultores não veem perspectivas no trigo de inverno.
Semear culturas de inverno, como antes, ou reduzir a área? Tal questão enfrentam os agricultores ucranianos. O principal motivo é o preço baixo, que os leva nem a zero, mas a um grande resultado negativo.
AgroPortal.ua foi informado sobre isso por Vasyl Gabai, diretor da empresa “GVM-Agro”. Sua fazenda cultiva 3 mil hectares de terra.
Não semeei canola, mas quanto ao trigo, se no ano passado havia 830 hectares, este Outono semearei apenas 100 hectares para as minhas próprias necessidades, empregados e meeiros. Infelizmente, no ano passado e neste ano o trigo está no vermelho. As perdas aproximadas por hectare chegam a UAH 10.000 (USD 270 por hectare). Na implementação atual por tal preço, seria melhor não semear, apenas arar – e é isso.
De acordo com o agricultor, os agricultores geralmente são deixados à própria sorte, o Estado não faz nada para ajudar: “Todo mundo sabe que os agricultores estão no vermelho para o trigo, e isso independe do rendimento. Ainda há algumas culturas que chegam a zero, têm uma pequena vantagem, mas não se trata de trigo. A situação seria diferente se seu preço não fosse UAH 4.200, como é hoje, mas pelo menos UAH 10.000 (USD 270).”
“Provavelmente, vou vender trigo, porque provavelmente não vale a pena esperar por um preço melhor para ele. O preço deve ser de UAH 10.000 (USD 270) antes da colheita, e até UAH 11.500-12.000 após a colheita (USD 310 – 324), pois esse trigo custa em todos os países do mundo”, continua.
“O preço dos combustíveis subiu para o nível europeu. Em determinado momento, o combustível é mais barato na Europa se você comprá-lo lá em volume para a empresa. E o fertilizante, que é mais caro no nosso país do que na UE, porque os serviços de transporte são menores, não há desembaraço aduaneiro e há subsídios para a agricultura. E temos a impressão de que nosso governo só quer destruir os pequenos agricultores. É impossível sobreviver nessas condições.”
O estado atual da empresa de sementeira de inverno na Ucrânia é o seguinte.
A partir da segunda quinzena de setembro, foram semeadas:
– Canola – 1 milhão de hectares
– Trigo — 514 mil ha
– Batley – 47 mil ha
– Centeio – 24 mil ha.
EXPORTAÇÃO
A soja é a cultura mais líquida da Ucrânia – falam especialistas.
Atualmente, os portos ucranianos do Danúbio transbordam principalmente soja, que é a cultura agrícola mais marginal, que, apesar das constantes reduções de preços por exportadores e processadores locais, traz lucro para comerciantes e agricultores. Esse fato foi afirmado pelos especialistas do centro analítico da cooperativa agrícola “PUSK”.
“Para outubro, a soja está ativamente contratada. Ao mesmo tempo, há uma enorme diferença entre os preços da soja ucraniana e das oleaginosas originárias da Argentina, dos EUA e do Brasil – a soja doméstica é mais barata em US$ 80-100 por tonelada. Este é utilizado pelos exportadores, em particular turcos e egípcios. No entanto, os comerciantes ucranianos estão prontos para corrigir o nível mais baixo de preços no futuro, ou seja, eles “colapsam” o mercado para si mesmos. Para os comerciantes, essa é uma cultura supermarginal, na qual eles ganham dinheiro hoje”, observaram os especialistas.
ANÁLISES
As taxas de frete no Mar Negro estão aumentando gradualmente.
A demanda pelo transporte de produtos agrícolas ucranianos dos portos da Grande Odessa está crescendo. A abertura de um corredor alternativo de grãos levou à intensificação das negociações para a fixação de grandes embarcações em direção à Odesa. Isso foi relatado por analistas da Spike Brokers.
Tendo em conta os riscos de guerra e a oferta limitada da frota, o custo esperado do frete para Espanha através do corredor marítimo temporário é de cerca de 40 dólares por tonelada de carga para navios de tamanho manual e 25 dólares por tonelada para navios panamax.
As taxas mencionadas são quase USD 30-40 por tonelada mais baixas do que as rotas fluviais existentes.
Atualmente, as taxas de frete no Mar Negro são:
Izmail (Ucrânia) — Constança (Roménia): 40-45 euros (1-3 mil toneladas);
Izmail — Tarragona (Espanha): 72-75 euros (9-10 mil toneladas);
Ismail — Alexandria (Egito): USD 60-62 (9-10 mil mt);
Izmail — Grécia: USD 55-57 (5 mil mt);
Constança — Tarragona: 17-20 euros (25-35 mil toneladas);
Constança — Tarragona: 12-15 euros (55-65 mil toneladas).
Os futuros do trigo em Chicago estão operando nas mínimas de três anos.
Mesmo com um corte de 7 Mi de t nos estoques finais globais na semana passada pelo USDA e de uma redução drástica na produção da safra de trigo de inverno 23/24 nos EUA, os preços continuam pressionados.
Não é de hoje que os preços do trigo estão pressionados pela oferta abundante de trigo russo, que continua sendo despejado no mercado a preços mais descontados, diante do risco de guerra.
Agora, parece que a Ucrânia está buscando ativar novamente as operações de seus portos na Grande Odesa, portos estes que estavam liberados para atuar sob o acordo de grãos, que chegou ao fim em 17 de julho. Depois de praticamente dois meses parados, a Ucrânia tem buscando um corredor humanitário alternativo e desde a metade do mês de agosto, até agora, 5 navios já foram liberados para partir dos portos de Odesa e Chornomorsk, carregados com grãos ucranianos.
Na terça-feira (19), o navio Resilient Africa, saiu do porto de Chornomorsk, indo em direção ao Bósforo carregado com 3.000 toneladas de trigo. Na última sexta (15), o graneleiro Puma, sob bandeira das Ilhas Cayman, saiu do porto de Odessa.
Por enquanto os navios que saíram dos portos de Odesa, estão levando somente trigo. Mas há rumores de que um navio Panamax, com capacidade de 60.000 toneladas, estaria nomeado para carregar milho em Chornomorsk em outubro.
Se este novo plano da Ucrânia funcionar, o país pode ampliar gradualmente sua capacidade de exportação de grãos, estimada atualmente em 2,5 Mi de t mensais, especialmente pelos portos de menor porte pelo Rio Danúbio. Lembrando que durante a vigência do acordo de grãos, a capacidade de escoamento da Ucrânia chegou a 6,5 Mi de t ao mês, já que apenas os três portos da Grande Odesa (Chornomorsk, Odesa e Pivdennyi), conseguem exportar entre 2,5-3,0 Mi de t mensalmente.
Isso quer dizer, que a Ucrânia pode estar voltando para o jogo, tanto nas exportações de trigo, mas principalmente na comercialização de milho, que compete diretamente com o Brasil. Como a Ucrânia está praticamente fora do mercado de navios de grande porte, a China ampliou sua procura por milho brasileironas últimas semanas.
Diante de todo o cenário, associado ao grande ritmo das exportações de trigo russo, os futuros do trigo em Chicago e na Euronext, não está encontrando nenhum ímpeto para recuperação. Especialmente porque seus preços estão pouco competitivos, principalmente para o trigo americano.
De acordo com o USDA, as inspeções de exportações de trigo safra 23/24 estão em 5,12 Mi de t, com atraso de 29% em relação as 7,25 Mi de t da mesma época do ano anterior. Confirmando que o trigo americano está pouco competitivo nas vendas internacionais, diminuindo fortemente a sua participação no comércio global.
No dia 5 de setembro, o banco central da Argentina criou um novo modelo para incentivo à comercialização da soja, que será válido até o final de setembro.
O esquema se dá da seguinte maneira: A exportadora tem direito a utilizar 25% de suas reservas em dólares para comprar soja diretamente pelo câmbio livre (blue). Na prática isso significa que o câmbio será sempre 25% da diferença entre o câmbio oficial e o blue, acima do oficial. Exemplo: Se o câmbio oficial for 350 pesos e o blue 750 pesos, o câmbio praticado pela exportadora será de 450 pesos, ou seja, 29% acima do câmbio oficial, e sempre flutuante, se o blue for para 800 pesos, o câmbio praticado será de 463 pesos, 32% acima do oficial, ou seja, o câmbio será “flutuante”.
Este modelo já incentivou a comercialização de mais de 1,5 milhões de toneladas de soja, porém, o que surpreendeu é que a maior parte do volume está indo para a exportação e não para o processamento. As margens de esmagamento continuam muito ruins, dificultando a competição com a exportação da soja.
A Bolsa de Rosário estima que ainda existam cerca de 7 milhões de toneladas disponíveis na mão dos produtores para comercialização, volume muito baixo em comparação com o ano anterior, que o produtor dispunha de 23 milhões de toneladas neste período.
Os volumes de exportação do farelo de soja começam a reduzir, o gráfico ao lado mostra os volumes embarcados mês a mês e a projeção de apenas 754 mil toneladas para setembro até o momento.
Os volumes de exportação do óleo de soja também estão reduzindo, para setembro até o momento foram embarcadas 207 mil toneladas, indicando já uma redução em relação aos meses anteriores.
Divulgação do NOPA
No último dia 16, a Associação do Processadores de Oleaginosas dos EUA (NOPA), divulgou os números de estoque de óleo de soja e volume de esmagamento de soja para o mês de agosto, os números surpreenderam.
Estoques de óleo de soja: Os números surpreenderam o mercado, que esperava uma redução de 1,527 bilhões de libras para 1,483 bilhões, porém o número final foi de 1,25 bilhões, sendo o volume mais baixo desde 2014. O número indica que mesmo com a grande oferta de óleo de soja, por conta dos elevados volumes de esmagamento, a demanda interna continua aquecida, resultado dos incentivos oferecidos para utilização de biocombustíveis.
Esmagamento de soja: Para este item os números não surpreenderam, com esmagamento de 161,45 milhões de libras contra o esperado de 1,67 milhões, uma diferença de 189 mil toneladas. O gráfico abaixo mostra que o esmagamento durante o ano de 2023 se manteve próximo as máximas em todo os meses, resultado do aumento da capacidade através dos investimentos no setor, que continuarão crescendo.
O padrão AAO permanecerá em sua fase negativa nos próximos 10 dias, mantendo o padrão para a América do Sul.
AAO: A Oscilação Antártica (Antartic Oscillation – AAO) ou Modo Anular Sul (Southern Annular Mode – SAM) é o principal modo de variabilidade climática natural da circulação extratropical no Hemisfério Sul (HS) – UNIFEI.
O SAM é representado por uma oscilação nos valores dos sistemas de pressão superficial entre médias e altas latitudes do Hemisfério Sul. Este padrão de teleconexão pode ser quantificado pelo Índice de Oscilação Antártica (Antarctic Oscillation Index – AAO), o qual pode ser neutro, positivo ou negativo.
Clima: Nos próximos 15 dias, a presença do AAO negativo vai favorecer a manutenção do padrão visto até nos últimos dias. Clima seco no Centro Oeste e temperaturas elevadas. O Mato Grosso vai receber de 15 a 50 mm a menos que o normal para essa época.
Já o Rio Grande do Sul e a Argentina continuarão recebendo mais chuvas que o normal e temperaturas mais amenas que o normal. As figuras abaixo mostram os acumulados desde julho no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso, também como as previsões de chuvas para 15 dias.
Foram destaques essa semana: A perda de ritmo do programa americano, o clima no Brasil e a fraca demanda da China.
O programa americano de exportação de soja está muito lento. Até a semana do dia 14 desse mês, o programa chegou a 17 milhões de toneladas, quase 9 milhões a menos que no ano passado. Há duas diferenças: 1) a curva em carry não incentivou o alongamento das compras. Em maio, junho e julho, a soja Brasileira estava sendo ofertada com desconto em relação à soja americana posto nos destinos, cenário oposto a 2022, quando a quebra de safra na América do Sul levou à inversão da curva; 2) a outra explicação é a concorrência durante a janela OND. Em média, de cada 10 navios que a China vem comprando para essa janela, 4 estão saindo do Brasil. O normal seria 2. Daqui para frente, o mais importante será o clima no Brasil e quando o programa brasileiro 2023/24 começará a ganhar força. Hoje a soja brasileira ofertada para fevereiro é $1,3 por bushel mais barata que a soja americana ofertada para janeiro CFR na China. Mas o importante não é só preço, mas também volume. Se o programa brasileiro começar lento, a China vai ter que continuar comprando nos EUA. Nesse caso, o programa retomará seu ritmo.
O Brasil está enfrentando uma onda de calor muito forte, muito parecida com as ondas de calor que o hemisfério Norte enfrentou em junho e depois em agosto. Os mapas mostram temperaturas entre 38 °C e 42 °C em todo Centro Oeste, Sudeste e Sul, com exceção do Rio Grande do Sul. A umidade do ar no centro oeste vai cair para menos de 10% nos próximos dias. Escuto que há produtores plantando no Mato Grosso, nas regiões que receberam chuvas acumuladas de mais de 100 mm. Na virada de setembro para outubro do ano passado, o plantio no Mato Grosso estava em 6,3% e 41% no dia 15 de outubro. Se as chuvas previstas a partir da próxima 6ª-feira (29) não se confirmarem, provavelmente o Mato Grosso não vai conseguir repetir esse ritmo de plantio. Os modelos continuam mostrando uma grande divergência. O GFS projeta pouca chuva boa parte da parte central, a parte Norte e Leste do estado do Mato Grosso. Quase nenhuma chuva para o Goiás e Tocantins para 15 dias. O EC vê um cenário muito diferente, uma boa sequência de chuvas a partir do dia 28 para boa parte do MT, Sul de Goiás, parte do MS e quase 100% do Paraná e Paraguai. Se o produtor do MT plantar agora e não receber essas chuvas previstas pelo EC, certamente vai ter replantio. Temperaturas de mais de 40 °C e umidade do ar em menos de 10% é o cenário do GFS. Essa é a mais importante discussão de curto prazo. Se o Brasil atrasar o plantio da soja no Mato Grosso, Goiás e Tocantins, vai ter menos soja em janeiro e pouca oferta de soja para embarque fevereiro. A CBOT e os prêmios não estão precificando esse cenário. Hoje eu diria que vamos ter pouca soja para exportação em janeiro também. Isso porque o programa de exportação está a todo vapor, devendo passar de 100 milhões de toneladas até final do ano. O estoque de passagem será perto de 5 milhões de toneladas, concentrado principalmente no Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia, estados onde os produtores não querem vender. O atraso do plantio/colheita no Norte e a pouca oferta de soja para embarque janeiro e fevereiro poderiam dar um boost para o programa americano de exportação.
Na outra ponta, os chineses estão muito lentos na compra. Poucos negócios reportados e pouco interesse. A cobertura está bem aberta para novembro, dezembro e janeiro. A China precisa comprar pelo menos 18 milhões para essa janela. Está comprando muito da “mão pra boca”, esperando o farmer selling dos EUA. Os fretes marítimos estão subindo, outro fator de pressão sobre os prêmios americanos – o custo está sendo repassado para a origem. O frete Golfo-Norte da China saiu de $46 por tonelada em julho para $59 até ontem, embarque novembro. As vendas diárias de farelo na China não passam de 50 mil toneladas há pelo menos 20 dias, uma sequência muito fraca. A margem do suinocultor começou a cair esse ano muito mais cedo do que no ano passado, outro ponto de cautela para as fábricas de ração. As fábricas de ração compraram farelo para a janela outubro a janeiro durante o boom das vendas em junho e julho. Parece o que as fábricas querem evitar é o erro do ano passado, quando alongaram a compra de farelo a basis caros para a safra nova, estratégia que não deu certo, uma porque os basis da soja no destino caíram mais de 2 dólares por bushel de fevereiro a maio e outra porque a demanda interna por rações caiu junto com as margens negativas dos suinocultores durante todo o 1º semestre desse ano. Eu diria que os basis no destino não devem cair tanto como nesse ano, isso porque os futuros na CBOT estão bem mais baixos. No ano passado, o futuro março de 2023 saiu de $13,80 em outubro para mais de $15,0 em fevereiro. Muito improvável esse cenário de alta sem um problema mais sério de clima no Brasil.
Rápidas da manhã: Bolsas no ocidente de lado e alta de 1,8% na China. Higher for longer, foi a mensagem do Fed nessa semana, se referindo à taxa de juros. Dólar para cima e resto para baixo; câmbio na China está em queda, a 7,30; petróleo subindo 0,8% a $90,3. Índice de commodities da Bloomberg subindo 0,5%. Ouro em alta de 0,3%; IDX subindo 0,35% – o IDX caminha para encerrar mais uma semana em alta, a 10ª seguida; futuros dos óleos vegetais caminham para encerrar mais uma semana em queda. O óleo de palma na Malásia encerrou a semana com queda de 1,7%, a 3ª semana seguida de queda; vendas de farelo no mercado chinês continuam extremamente fracas. Os dados do governo mostram aumento na produção de leitões, carne que deve entrar agora em outubro. As margens dos suinocultores na China estão caindo bem mais cedo esse ano;
O BC divulgou na segunda-feira a atualização das projeções das principais instituições financeiras do país para os indicadores macroeconômicos mais relevantes do Brasil.
Para a semana encerrada no dia 15 de setembro, os analistas revisaram para cima as expectativas para o PIB e para baixo as estimativas para o IPCA e a taxa cambial ao final de 2023. Já a expectativa para a taxa Selic ao final desse ano foi mantida inalterada.
O destaque do relatório ficou novamente para o aumento na projeção do PIB desse ano, que saltou de 2,64% para 2,89%. A melhora na estimativa ainda reflete o resultado bem acima do esperado para o PIB do país no segundo trimestre.
A projeção para o IPCA recuou de 4,93% para 4,86%, refletindo o resultado abaixo do esperado do IPCA de agosto (Expectativa: 0,28% / Real: 0,23%).
Apesar da melhora da expectativa inflacionária, o mercado manteve em 11,75% ao ano a projeção para a taxa Selic ao final desse ano. O mercado espera pela decisão do Copom.
A projeção para o dólar ao final desse ano voltou a ceder, recuando de R$ 5,00 para R$ 4,95. A desaceleração dentro do esperado da inflação nos EUA, fez com que os investidores passassem a apostar que não haverá mais aperto monetário na maior economia do mundo, o que seria benéfico para as moedas emergentes como o Real.
As vendas semanais americanas foram fracas para todos os produtos. A soja foi o destaque negativo e o farelo continua sendo o destaque positivo.
Soja: As vendas semanais americanas vieram abaixo do esperado pela 2ª semana seguida. O principal motivo é o rio Mississippi. O frete das barcaças continua subindo e o risco de execução continua elevado. As tradings não estão ofertando muito, colocando uma “gordura” a mais em caso de troca de porto ou extensão dos contratos. O ritmo de crescimento do programa americano continua muito lento, o que aumenta o risco de mais revisões para baixo na demanda total.
Milho: Para o milho as vendas também continuam muito fracas. Além do Mississippi mais raso, o milho americano continua mais caro que os demais exportadores. Os EUA estão vendo somente para destinos mais curtos, como México, favorecido pela logística de ferrovia. Compradores usuais no Caribe e América do Sul já começam a olhar milho do Brasil devido ao risco de execução dos contratos no Golfo.
Farelo: As vendas de farelo continuam muito fortes. O processamento na Argentina vai continuar caindo, colocando os EUA no radar dos compradores na Ásia e Oriente Médio.
O programa de exportação brasileiro de soja embarcou até a terceira semana de setembro 3,50 milhões de toneladas. Em setembro de 2022 o total foi de 4 milhões de toneladas.
Em agosto as exportações de soja atingiram recorde na série histórica, superando a máxima anterior de 8,12 milhões em 2018. Estão nomeadas para setembro exportação de 3,64 milhões de toneladas, para outubro exportação de 5,06 milhões de toneladas e para novembro 521 mil toneladas, portanto, o comprometido no ano é de 93,58 milhões de toneladas.
De janeiro a agosto o Brasil embarcou para a China 56,69 milhões de toneladas, contra 47,40 milhões de toneladas na média dos últimos dois anos. Nesse mesmo período o Brasil embarcou 3,7 milhões de toneladas de soja para a Argentina, volume recorde – em todo o ano passado foram embarcadas para o país vizinho apenas 289 mil toneladas.
O programa de exportação brasileiro de milho embarcou nos primeiros 10 dias úteis de setembro 4,22 milhões de toneladas. Em setembro do ano passado o total foi de 6,42 milhões de toneladas.
Em agosto as exportações de milho atingiram recorde na série histórica, superando a máxima anterior de 7,44 milhões em 2022. Estão nomeadas para setembro exportação de 4,75 milhões de toneladas, para outubro exportação de 4,73 milhões e para novembro 195 mil toneladas, portanto, o comprometido no ano é de
32,94 milhões de toneladas. A logística brasileira está lidando com dois grandes programas de exportação ao mesmo tempo, soja e milho, o que aumentou o tempo de espera principalmente no porto de Paranaguá, que está em 47 dias.
No acumulado do ano o Brasil embarcou para a China 3,62 milhões de toneladas do cereal, sendo 2,35 milhões somente em agosto – recorde para um mês. Na temporada passada, quando iniciou as negociações de compra do milho brasileiro por parte do gingante asiático, foram embarcadas de fevereiro a janeiro 2,14 milhões de toneladas.
O programa de exportação de farelo de soja embarcou até a terceira semana de setembro 879,6 mil toneladas. No nono mês de 2022 o total foi de 1,90 milhão de toneladas.
Agosto também foi recorde nas exportações de farelo, que superou o recorde anterior de 1,81 milhão de toneladas do ano passado. O Brasil atinge máximas na exportação do farelo de soja após a Argentina sofrer a pior quebra da história, colhendo apenas 19 milhões de toneladas. Estão nomeadas para setembro exportação de 1,04 milhão de toneladas, para outubro 1,09 milhão e para novembro 62,98 mil toneladas, portanto, o comprometido no ano é de 18,41 milhões de toneladas. O principal comprador de farelo do Brasil essa temporada é a Tailândia (2,5 mmt), seguido pela Indonésia (2,37 mmt).
O Brasil também exibe recorde nas exportações de óleo de soja, que atingiram no acumulado do ano 1,84 milhão de toneladas.
O programa de exportação de algodão embarcou até a terceira semana de setembro 117 mil toneladas. No mesmo mês de 2022 o total foi de 184,85 mil toneladas.
Esse foi o segundo melhor agosto da série histórica, ficando atrás apenas de agosto de 2020 quando foram embarcadas 108 mil toneladas. No acumulado do ano foram exportadas 719 mil toneladas da fibra natural –no mesmo período do ano passado o volume foi de 914 mil toneladas.
O principal destino do algodão brasileiro nessa temporada é Bangladesh, que comprou do Brasil 125,79 mil toneladas de janeiro a agosto.
O programa de exportação de carne bovina embarcou nos primeiras 10 dias úteis de setembro 120 mil toneladas. Em agosto de 2022 o volume total foi de 202,07 mil toneladas.
No acumulado do ano foram exportadas 1,29 milhão de toneladas de carne bovina brasileira. A China comprou de janeiro a agosto 719,42 mil toneladas, enquanto no mesmo período do ano passado o volume foi de 780,48 mil toneladas.
O programa de exportação de carne suína embarcou até a terceira semana de setembro 61,4 mil toneladas. No mesmo mês de 2022 o total foi de 100,36 mil toneladas.
Esse foi um dos melhores agosto da série histórica e o maior volume mensal embarcado em 2023. No acumulado do ano foram embarcadas 845,8 mil toneladas, volume recorde. No mesmo período do ano passado foram embarcadas 700,90 mil toneladas. No primeiro semestre a China comprou 282,94 mil toneladas da carne suína brasileira, volume 5% superior a 2022.
Alemanha - Índice IFO de negócios
Brasil - Boletim Focus
Brasil - Confiança do consumidor
EUA - Condições das lavouras
Brasil - ATA do COPOM
Brasil - IPCA-15
EUA - Licenças de construção
EUA - Confiança do consumidor
EUA - Vendas de casas novas
China - Lucro industrial
EUA - Pedidos de bens duráveis
EUA - Estoques de petróleo
Alemanha - Inflação ao consumidor e empresas
Europa - Clima de negócios
Brasil - Relatório Inflação –BC
Brasil - Inflação às empresas
EUA - Vendas semanais
EUA - Pedidos seguro desemprego
EUA - PIB
EUA - Discurso Powell
China - PMI composto
Europa - Inflação ao consumidor
Brasil - Relação Dívida/PIB
EUA - Inflação consumo das famílias PCE
China - PMI industrial
Estrategista de Commodities
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Analista do Complexo da Soja
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Mercado de Trigo
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Analista de Fertilizantes
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Analista do Complexo da Soja
(41) 3094.0200
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OS ÓLEOS VEGETAIS CONTINUAM CAINDO: O flat price do óleo de soja continua caindo nos principais exportadores. Os futuros do óleo na CBOT recuaram mais de 5% na semana e 8,3% de queda no mês.
O motivo é a demanda mais fraca e maior competição com outros óleos mais baratos, principalmente o óleo de palma.
COMMODITIES: O petróleo e os derivados continuam subindo. Na semana o óleo de aquecimento na NYBOT encerrou com alta de 0,2%, 3ª semana seguida. Os preços continuam subindo de olho nos estoques americanos e na oferta global.
A última foi o anúncio de redução da oferta de diesel por parte da Rússia, o maior exportador para a Europa. A Rússia disse que está sem diesel para seu consumo, falando em corte temporário. O detalhe é que a Rússia consome apenas a metade do que produz.
A SOJA É O DESTAQUE DE QUEDA: A soja caminha para encerrar em queda de quase 40 centavos por bushel na semana, a 4ª semana seguida de perda.
Dificuldade de execução dos contratos na exportação, concorrência com o Brasil, perda de ritmo das compras da China e entrada da safra são os principais fatores.
Daqui para frete o grande debate será o tamanho do programa americano de exportação e as possíveis revisões nos estoques americanos.