O Banco Central do Brasil divulgou 6ª-feira o resultado do IBC-Br de agosto desse ano. O indicador que é visto como uma prévia do PIB brasileiro, registrou no período uma contração mensal de 0,77%, abaixo do esperado pelos analistas (-0,30%). O número de julho foi revisado de 0,44% para 0,42%, reforçando a visão de que o número de agosto ficou bem aquém do estimado pelo mercado.
Diante do resultado de agosto, a economia brasileira acumula crescimento 3,06% nos oito primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2022.
Já no acumulado em 12 meses, a expansão em agosto foi de 3,82%, registrando a quarta desaceleração seguida nessa base de comparação.
O recuo na atividade econômica do Brasil em agosto não muda a visão de que o país terá um desempenho econômico bastante positivo em comparação com o que se esperava no início desse ano. O número negativo do oitavo mês do ano é visto como um ajuste após dois meses em expansão.
Por conta do custo do dinheiro mais caro internamente e nos países desenvolvidos, a expectativa do mercado no início de 2023 era de um crescimento econômico de apenas 0,8% em 2023, muito abaixo da expansão de 2,9% registrada em 2022.
Porém, os dados do PIB do primeiro e segundo trimestre bem acima das expectativas, surpreenderam positivamente de forma significativa, sinalizando que poderemos ter uma leve aceleração do crescimento do PIB esse ano na comparação com o ano passado.
Atualmente, o mercado projeta uma expansão do PIB em 2023 de 2,92% e os dados acumulados em 12 meses de agosto reforçam essa visão, assim como o acumulado no ano, aonde reporta expansão acima de 3%.
E o motivo para tal resiliência da nossa economia esse ano? Dois fatores são importantíssimos para justificar esse crescimento surpreendentemente positivo esse ano.
Primeiramente, tivemos no primeiro trimestre desse ano um forte crescimento da produção agropecuária do país, fruto da safra recorde de soja. A produção de 156 milhões de toneladas da oleaginosa nos primeiros três meses de 2023 garantiu um fortíssimo crescimento de 21% do PIB da Agropecuária em relação ao trimestre anterior, melhor desempenho nessa base de comparação desde o quarto trimestre de 1996 (23,4%). E graças a esse desempenho espetacular da Agropecuária é que o PIB total cresceu 1,8% no primeiro trimestre na variação trimestral.
A oferta de soja em 2023 reportou um crescimento de 21,9% em relação a 2022, quando foi produzido 128 milhões de toneladas. Inicialmente, era esperado uma produção de 145 milhões de toneladas na safra do ano passado.
Outro fator que tem ajudado a economia brasileira é o arrefecimento da inflação ao longo dos últimos dezessete meses. Após atingir o pico inflacionário de 12,13% em abril do ano passado no acumulado em 12 meses, a inflação foi desacelerando e chegou a atingir um piso de apenas 3,16% em junho desse ano. E a expectativa é que encerre esse ano em 4,7%, ficando abaixo do teto da meta pela primeira vez em três anos.
A queda da inflação melhora o poder de compra das famílias, impulsionando a demanda interna. E foi exatamente isso que foi observado nos dois primeiros trimestres de 2023.
Após registrar um crescimento trimestral de apenas 0,4% no quarto trimestre de 2022, ainda impactado
negativamente pela inflação elevada em meados daquele ano, o consumo das famílias vem apresentando aceleração na expansão no primeiro semestre desse ano. No primeiro trimestre reportou crescimento trimestral de 0,7% e no segundo trimestre de 0,9%.
E a expectativa é que siga melhorando nos próximos trimestres, por conta da continuidade do controle inflacionário e também por conta do início do ciclo de queda de juros no Brasil em agosto desse ano, que deverá trazer frutos positivos a partir do início do ano que vem.
Vale lembrar, que o consumo das famílias no Brasil corresponde a cerca de 70% do PIB do país sobre a ótica da demanda. Portanto, tem um peso muito relevante sobre a nossa economia e por isso, é tão importante o controle inflacionário no Brasil. Com a inflação elevada não tem como a economia brasileira performar de forma positiva.
Resumindo, a super produção de soja no primeiro trimestre e o controle da inflação impulsionando o consumo das famílias, são os dois fatores positivos para que a nossa economia tenha uma performance esse ano muito melhor do que era projetado no começo do ano.
Mas para que esse bom desempenho permaneça em 2024 é crucial que o governo entregue uma política fiscal equilibrada, pois se falharem grosseiramente no cumprimento da meta primária estipulada para o ano que vem, o dólar voltará a se valorizar e impulsionará a inflação, o que derrubará o consumo das famílias. Ou seja, a responsabilidade com as contas públicas é crucial para que o bom desempenho desse ano não seja mais um voo da galinha em nosso país.
O mercado de suínos na China está em processo de consolidação. Em 2020 e 2021 acreditava-se que esse processo seria rápido, tendo em vista os bilionários Investimentos em megacomplexos com capacidade para até 80 mil animais. A figura mostra o maior complexo em construção, localizado na cidade de Ezhou, na província de Hubei. As torres são de 26 andares e capacidade anual de abate de 1,2 milhão de cabeças.
A produção de suínos na China continua crescendo a taxas acima do ritmo de crescimento do consumo. Esse é o problema. No início, quando as margens eram muito atrativas, a velocidade de crescimento dos investimentos foi impressionante.
Havia fila de investidores dispostos a colocar muito dinheiro em novos projetos. Hoje, depois de dois anos de margens oscilantes e resultados ruins, está muito mais difícil encontrar investidores. Hoje as grandes operações estão reduzindo a velocidade de crescimento de novos projetos, preocupadas muito mais com a saúde do caixa.
New Hope é um bom exemplo. A empresa colocou à venda seu negócio de frango, buscando levantar capital em um momento de margens negativas e aumento da alavancagem – a New Hope é a 3ª maior em volume de abate.
As grandes operações de suínos na China continuam expandindo a capacidade de produção, mesmo em um cenário de crescimento do endividamento e margens ruins.
De acordo com os relatórios das 18 empresas listadas em bolsa, as vendas alcançaram 12,7 milhões de animais em julho, crescimento de 29% em relação ao ano passado. No ano, as grandes operações abateram 214,7 milhões de cabeças, crescimento de 13,2% na comparação anual. A população de matrizes está estável na casa dos 42/43 milhões de cabeças, mas o número de leitões produzidos cresceu durante todos os meses desse ano, o que mostra que as empresas estão buscando a eficiência, o que significa aumento da produção e margens ruins. As grandes operações continuam consolidando o setor, mas a passos lentos.
Das 18 listadas, as três maiores operações representaram mais de 70% do total de vendas desse grupo, mas apenas 17% do total nacional – essa participação vem crescendo, mas pode esbarrar nas margens ruins e na alavancagem.
O passivo total em relação ao ativo total das três maiores operações está se aproximando dos 70%, nível que ainda não preocupa, mas vem crescendo rapidamente. Hoje, as ações da Muyuan Foods, a maior em abate, mostra muito bem esse cenário. Momentos importantes:
1 – Forte valorização das ações. Combinação de excelentes margens e rápido crescimento de sua capacidade de abate;
2 – Estabilização das margens e queda no consumo. A política zero-covid foi muito prejudicial para o consumo de carne suína, limitando muito as viagens, a alimentação fora de casa, longos período de fechamento de escolas e completa paralização de eventos do governo – os jantares, o turismo, a merenda escolar e os banquetes do governo são importantes drivers para o consumo de carnes e óleos vegetais na China.
3 – As ações da Muyuan acumulam queda de 30% no ano, mesmo com o fim da política zero-covid, o que reforça que o mercado de carne suína na China está saturado. Mesmo assim, as empresas continuam aumentando a produção.
As ações das Muyuan encerraram essa semana com queda de 5% e queda no mês de quase 8%.
COLHEITA
A Ucrânia continua colhendo safras tardias de grãos e oleaginosas – até 12/out, foram colhidas 52,4 milhões de toneladas de grãos.
– O girassol foi debulhado em 3,9 milhões de hectares (77% da área) com rendimento médio de 23,2 centavos/ha, foramcolhidos 9 milhões de toneladas;
– Foram debulhados 1,5 milhão de ha (81%) de soja, com produtividade média de 2.580 kgs/ha, e colhidas 3,8 milhões de toneladas.
– Foram debulhados 884 mil ha (22%) de milho com produtividade média de 6.610 kg/ha, sendo colhidas 5,8 milhões de toneladas.
SEMEADURA
A Ucrânia semeou 4,5 milhões de hectares de culturas de inverno.
Até 16 de outubro de 2023, a Ucrânia semeou 4,5 milhões de hectares de culturas de inverno para a safra de 2024.
Em particular:
-Trigo: 3 milhões de hectares
-Canola: 1,1 milhões de hectares
-Cevada: 260 mil ha.
Dados do Ministério da Política Agrária.
EXPORTAÇÃO
Os ataques da Rússia após o fim do acordo de grãos reduziram o potencial de exportação dos portos ucranianos em 40%.
“17 ataques maciços desde que a Rússia se retirou do acordo de grãos, queda de 40% no potencial de exportação dos portos, quase 300.000 toneladas de grãos destruídos – esta é uma tentativa da Federação Russa de aprofundar a crise alimentar nos países que dependem de produtos ucranianos”.
Esta avaliação foi expressa pelo Ministro do Desenvolvimento Comunitário, Territórios e Infraestrutura da Ucrânia, Oleksandr Kubrakov.
A exportação de grãos ucranianos em outubro é de pouco mais de 1 milhão de toneladas.
De acordo com dados operacionais do Serviço de Alfândega do Estado, até 18 de outubro, desde o início da MY 2023/24, a Ucrânia exportou 7,801 milhões de toneladas de grãos e leguminosas, das quais 1,048 milhão de toneladas foram embarcadas em outubro. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do Ministério de Política Agrária da Ucrânia.
O indicador especificado de exportação sazonal é significativamente inferior ao ano passado, quando 11,526 milhões de toneladas foram embarcadas em 21 de outubro, incluindo em outubro – 2,834 milhões de toneladas.
PREÇOS
Os agricultores ucranianos não recebem um quarto do preço da venda de trigo.
A Ucrânia está perdendo fundos significativos devido à guerra e problemas com logística.
É o que relatam os analistas da Barva Invest.
“Para se manter competitiva, a Ucrânia deve oferecer grãos aos importadores aos mesmos preços que outros concorrentes (Rússia, Romênia, Austrália, etc.). Portanto, o preço C&F deve estar pelo menos no nível de mercado ou até mais baixo. “Devido às consequências da guerra ativa em curso, a Ucrânia enfrenta o risco de interrupção de suprimentos, perda de bens, etc.”, explicam.
Devido aos riscos de guerra, as taxas de frete para a Ucrânia são 2,5 vezes mais altas do que o normal. Uma referência para comparação é a taxa de frete para o porto romeno de Constanta, com o qual a Ucrânia tinha custos de frete semelhantes devido à proximidade geográfica antes da invasão em grande escala. A ameaça de bombardeios também impede o funcionamento normal dos terminais portuários, o que torna as operações portuárias 3 vezes mais caras do que antes, acrescentam os especialistas.
“Se a Rússia não estivesse em guerra com os grãos, um agricultor ucraniano poderia vender trigo alimentar no porto por US$ 230/mt. Agora ele pode contar com um máximo de USD 189/mt. Tendo em conta que os operadores intermédios do mercado também trabalham sob os termos de um prémio de guerra, o preço real que o agricultor receberá nas condições actuais pode ser até 10-15 USD/mt mais baixo — 174-179 USD/mt. Essa diferença de US$ 55 é um quarto do preço do trigo, que o agricultor ucraniano não recebe. Trata-se de um benefício perdido que significará maior economia durante a produção da próxima safra e, consequentemente, maiores perdas potenciais de safras futuras e lucros”, concluem os especialistas.
No curto prazo, a pressão do trigo russo ainda é um problema
Os futuros do trigo em Chicago operam estáveis há praticamente duas semanas. Depois da forte queda do cereal na CBOT no último dia de setembro, renovando as mínimas de três anos – diante do aumento nas estimativas da produção da safra 23/24 dos EUA, os preços conseguiram se recuperar gradualmente, devido a alguns fundamentos de alta que estão começando a surgir.
Alguns motivos da alta do trigo:
– Trigo americano voltou a ficar competitivo na exportação depois das fortes quedas recentes;
– Quebra na produção de trigo no Hemisfério Sul – Austrália e Argentina (juntos 18 milhões de toneladas);
– Rússia já exportou 17 Mi de t na primeira metade da temporada 23/24. A cota de exportação é 25 milhões de toneladas até dezembro – quando a cota for batida, o imposto de exportação será elevado;
– China importando mais trigo devido à qualidade ruim do seu trigo de inverno nessa safra. Choveu muito durante maio e junho nas províncias de Henan e Anhui;
– A Argentina já possui 5 Mi de t comprometidas na exportação para 2023/24 de um saldo de 9,0 Mi de t
– Esse é o limite das licenças de exportação.
QUEDA NA PRODUÇÃO DE TRIGO DA AUSTRÁLIA E SEUS IMPACTOS
O ponto principal para uma possível recuperação dos preços internacionais do trigo em breve, é a junção entre a forte queda na produção da safra de trigo da Austrália, que passou de 39 milhões de toneladas do ano passado, para atuais 25 milhões de toneladas na temporada 23/24.
A Austrália é um importante fornecedor de trigo para a China, que teve sua safra comprometida pelas chuvas durante a colheita. Até então, o mercado avaliava uma perda na qualidade do trigo chinês que foi para ração em 20 milhões de toneladas. Mas em um levantamento recente feito pela Bloomberg, já se fala entre 30-40 milhões de toneladas comprometidas, que não poderão ser destinadas para uso na moagem.
Dessa forma, a China está muito ativa nas compras de trigo importado, principalmente da Austrália, seu maior fornecedor, mas como a Austrália terá uma forte queda em seu saldo exportável, a China já está diversificando suas compras em outros players, como EUA e França.
A limitação das vendas de trigo australiano na exportação em 23/24, também já está se tornando um problema para outros países da Ásia, como Bangladesh, Indonésia e Filipinas. Aliás, estes países compraram muito trigo brasileiro em 22/23, mas provavelmente não terão a mesma conduta em 23/24, diante das fortes chuvas que estão comprometendo a qualidade de trigo gaúcho neste momento.
O ponto principal para uma possível recuperação dos preços internacionais do trigo em breve, é a junção entre a forte queda na produção da safra de trigo da Austrália, que passou de 39 milhões de toneladas do ano passado, para atuais 25 milhões de toneladas na temporada 23/24.
A Austrália é um importante fornecedor de trigo para a China, que teve sua safra comprometida pelas chuvas durante a colheita. Até então, o mercado avaliava uma perda na qualidade do trigo chinês que foi para ração em 20 milhões de toneladas. Mas em um levantamento recente feito pela Bloomberg, já se fala entre 30-40 milhões de toneladas comprometidas, que não poderão ser destinadas para uso na moagem.
Dessa forma, a China está muito ativa nas compras de trigo importado, principalmente da Austrália, seu maior fornecedor, mas como a Austrália terá uma forte queda em seu saldo exportável, a China já está diversificando suas compras em outros players, como EUA e França.
A limitação das vendas de trigo australiano na exportação em 23/24, também já está se tornando um problema para outros países da Ásia, como Bangladesh, Indonésia e Filipinas. Aliás, estes países compraram muito trigo brasileiro em 22/23, mas provavelmente não terão a mesma conduta em 23/24, diante das fortes chuvas que estão comprometendo a qualidade de trigo gaúcho neste momento.
Dessa forma, estes países asiáticos voltaram a mostrar interesse nas aquisições de trigo ucraniano nesta semana, que estão com preços bastante atrativos, principalmente depois da reativação das exportações pelos portos da região de Odesa. Contudo, a Ucrânia permanece com sua capacidade de execução limitada, diante dos problemas com logística no interior do país.
Perante a estes novos fundamentos, os preços internacionais do trigo apresentam importante ímpeto de alta, até porque, os estoques globais estão bastante apertados, segundo a última revisão do USDA no relatório de O&D de out/23, se mostrando nos menores níveis desde a temporada 2015/16.
APESAR DOS FUNDAMENTOS, TRIGO AINDA TEM IMPASSE PARA A RECUPERAÇÃO DOS PREÇOS
Mas a grande pergunta, é por que os preços ainda não estão subindo, com tantos fundamentos que podem trazer suporte?
No curto prazo, a Rússia ainda está impedindo uma recuperação nos preços do trigo, porque possui uma grande oferta do cereal, ofertando-o na exportação a preços muito descontados em relação aos demais players exportadores. Tanto, que as exportações de trigo russo em 2023, tiveram um crescimento em seu ritmo médio mensal de 70% em relação a média mensal dos últimos cinco anos. Em contrapartida, países como Canadá, EUA e UE, tiveram sua demanda de exportação reduzida, perante a forte concorrência da Rússia.
Dessa forma, os preços possuem fundamentos para alta, mas ainda possuem este impasse sobre os grandes estoques de trigo russo a preços descontados, sendo ofertados na exportação. À medida que a Rússia reduza o seu share na exportação, especialmente nos meses de janeiro e fevereiro, devido ao inverno rigoroso, que diminui a sua capacidade de escoamento nos portos, os importadores de trigo deverão migrar suas compras de trigo para outros países, causando uma reação positiva aos preços.
A NOPA divulgou os volumes de esmagamento de soja nos EUA para o mês de setembro e também os estoques disponíveis de óleo de soja no dia 30 de setembro, os dois números surpreenderam o mercado.
ESMAGAMENTO DE SOJA
Os números de esmagamento vieram acima do esperado. O número final foi de 165,46 milhões de bushels, acima do número aguardado de 161,68 milhões. O volume é recorde para o mês de setembro, resultado das elevadas margens de esmagamento durante os meses de julho e agosto.
Outro fator importante é a expansão da capacidade de esmagamento no mercado interno americano, o adicional aguardado para entrada em operação durante a temporada de 2023/24 é de cerca de 5 milhões de toneladas. Ao que tudo indica os volumes de esmagamento nesta temporada quebrarão todos os recordes com o aumento da capacidade. Vale lembrar que todo o investimento feito no setor é para atendimento ao mercado de biocombustíveis, e com isso, elevando drasticamente a oferta de farelo.
ESTOQUES DE ÓLEO DE SOJA
O número que mais chamou a atenção do mercado foi a baixa disponibilidade dos estoques no mercado interno americano. O número aguardado era de 1,21 bilhões de libras, cerca de 550 mil toneladas, e o número final foi de 1,11 bilhões, cerca de 500 mil toneladas. Este é o menor volume desde outubro de 2014 e pegou o mercado de surpresa. Sazonalmente, os estoques de setembro são os menores do ano, pois o mês marca o final da safra para o esmagamento, porém o mercado não esperava um número tão baixo.
O preço do óleo de soja caiu 18% desde o início de setembro, com o mercado precificando um volume recorde de esmagamento e uma elevada oferta de óleo. Porém o número final indica que a disponibilidade de óleo de soja no mercado interno está muito mais apertada do que o mercado precificou. Desde a mínima da semana passada, o preço do óleo de soja já sobe 8% e 3% só no dia de hoje, e devem subir ainda mais para devolver boa parte das perdas observadas nas últimas semanas. O maior penalizado deverá ser o farelo de soja, pois o aumento da oferta deverá ir para o mercado interno, que não deve impactar mais intensamente os preços da soja, que sobem hoje apenas 0,40%.
Dados do dia 19 de Outubro
Os preços da ureia CFR Brasil terminaram a semana passada em alta em comparação aos últimos dias do mês de setembro. O grande destaque ficou pelo anúncio do tender indiano promovido pela empresa IPL (Indian Potash Limited).
Até o momento, a Índia consolidou a compra de 4,0 milhões de toneladas do nitrogenado, um valor inferior ao montante que tradicionalmente o país importa anualmente, ou seja, nessa licitação se espera a compra de 1,0 milhão a 1,5 milhão de toneladas. As ofertas serão aceitas até o dia 20 de outubro e os embarques poderão ocorrer até o dia 10 de dezembro. Em meio a esses desdobramentos, os preços da ureia CFR Brasil saíram da casa de US$ 390/t no final de setembro para encerrarem a última semana já na casa de US$ 420/t.
No Egito, o movimento foi o oposto, os preços da ureia terminaram a semana em queda, passando de US$ 440/t FOB para US$ 420/t. O mesmo aconteceu com as barcaças negociadas nos EUA, as cotações no final de semana passada foram vistas abaixo de US$ 400/st. Para o sulfato de amônio, os preços também sofreram incrementos e terminaram a semana próximas de US$ 215/t CFR Brasil.
No mercado doméstico brasileiro, os preços dos nitrogenados foram também impactados pelo fortalecimento do dólar em relação ao real. Na sexta-feira (06/10), o câmbio chegou a superar a marca de 5,20, contudo terminou o dia próximo de 5,15. Mesmo assim, nos últimos vinte dias o incremento observado é maior que 6,0%. Dessa forma, o índice semanal de preços da ureia acompanhados pela Agrinvest Commodities paira R$ 2.870/t, confirmando uma alta de 55% em três meses e meio. Para o sulfato de amônio, as cotações FOB Rondonópolis estão entre US$ 335-340/t. Segundo os dados consolidados do MDIC, de janeiro a setembro de 2023, as importações de ureia atingiram a marca de 4,75 milhões de toneladas, contra 5,11 no mesmo período do ano passado. Contudo, os lineups se mostram bastante robustos para os próximos meses.
Para os fosfatados, os preços no Brasil terminaram a semana praticamente estáveis. As cotações do MAP são vistas a US$ 550/t CFR Brasil. Desde meados de junho, as cotações do fosfato monoamônico aumentaram mais de 28%, ou seja, US$ 120/t. Mesmo com esse incremento, os preços praticados no Brasil ainda estão inferiores aos do Sudeste Asiático. Na semana passada, a RCF (Rashtriya Chemicals and Fertilizers Limited) comprou 50 mil toneladas de DAP a US$ 594,50/t CFR Costa Leste. Além disso, a companhia busca adquirir mais 120 mil toneladas nos próximos dias, mostrando que a demanda no país segue fortalecida. Outro país da região que também está movimentando o mercado é Bangladesh, a nação também confirmou um tender de compra de DAP com fechamento em 24 de setembro. Por fim, a China volta de feriado nesta semana, com preços de DAP a US$ 580/t FOB. No mercado doméstico brasileiro, as cotações do MAP sofreram algumas altas na última semana, algumas empresas estão ofertando MAP a US$ 680/t FOB Sinop, no Porto de Paranaguá as cotações do fosfatado pairam a US$ 620/t, contra US$ 580/t há um mês. Para o superfosfato simples, as cotações estão entre US$ 220-240/t (20%). Por fim, para o superfosfato triplo, as cotações ficam próximas de US$ 425/t CFR Brasil. Segundo o MDIC, as importações de fosfatados atingiram um recorde absoluto para o período de janeiro a setembro deste ano, contudo, analisando o quadro de oferta e demanda, o sentimento de escassez de produtos no curto prazo pode se confirmar, mais detalhes foram publicados na página seguinte.
Os preços do cloreto de potássio se mantêm entre US$ 345-355/t CFR Brasil, e as cotações seguem sem grandes alterações desde o final do mês de julho. Do lado da oferta, a Bielorrússia continua encontrando saídas alternativas para exportar KCl; o país usou pela primeira vez o porto de Murmansk, cidade no extremo norte da Rússia, localizada a 200 km ao norte do Círculo Polar Ártico. No mercado doméstico brasileiro, as cotações do KCl estão próximas de US$ 480-490/t FOB Sinop, e esses são os níveis de preços vistos para a safra 2024-25.
Outubro vai ser o divisor de águas – atualizado (dia 14/out)
AAO: O AAO deverá cair para fase negativa para os próximos dias, o que reforça a reversão do atual padrão de clima seco na parte central do Brasil e muita chuva para a parte Sul. Essa mudança deve acontecer mais para o final do mês. Nos últimos 30 dias o EC foi mais assertivo em relação ao GFS.
Argentina: As temperaturas na Argentina devem subir para os próximos dias, mas as chuvas deverão permanecer mal distribuídas. A produção de trigo e o plantio do milho 1ª campanha estão sendo prejudicados.
Brasil: A queda do AAO para a fase negativa reforça as previsões de mais chuvas para o Norte do Brasil. No entanto, o modelo Europeu continua mostrando chuvas abaixo do normal e temperaturas acima do normal para as próximas 4 semanas. O atraso do plantio no MT parece cada vez mais uma realidade. Segundo o IMEA, o plantio da soja chegou a 35,1% contra 41,35% no ano passado. A região mais atrasada em relação ao ano passado é a região Sudeste.
Foram destaques essa semana: A alta do farelo e a queda do milho na China.
O farelo dezembro na CBOT vai encerrar a semana com ganho de $36 por tonelada curta, maior alta semanal desde dezembro do ano passado, quando a Argentina caminhava para sua menor safra de soja em décadas. Os prêmios na Argentina, Brasil e nos EUA se mantiveram firmes para dezembro na semana, mesmo com o rally na bolsa. O flat price do farelo subiu forte, puxado por três motivos principais: 1) o processamento de soja na Argentina vem caindo mês a mês esse ano, mas só agora parece que realmente está gerando algum aperto. O processamento de soja de janeiro a agosto caiu 7,2 milhões de toneladas em relação ao ano passado e quase 10 milhões a menos em relação a 2021 – em relação ao ano passado, a redução de produção de farelo chega a 5 milhões de toneladas e redução de 1,6 milhão de toneladas de óleo de soja. A redução de produção foi parcialmente neutralizada pelo crescimento de processamento no Brasil – o processamento cresceu 2 milhões de toneladas e as exportações de farelo de janeiro a agosto cresceram 1 milhão de toneladas. O farelo americano também está ganhando mais mercado. O total comprometido de farelo na exportação nessa temporada está 50% maior em relação à anterior, sendo que o USDA projeta um crescimento de apenas 5%; 2) no Brasil, a margem de esmagamento em agosto e setembro foi muito ruim, chegando a -30/-40 dólares por tonelada no nosso levantamento. Algumas fábricas reduziram o processamento, ou até anteciparam a manutenção – poucas. Nesses últimos dias a logística em Santos e Paranaguá ficou ainda pior com o excesso de chuva, reduzindo a liberação de cotas para ferrovia e caminhões. Parece que a situação está sendo normalizada. Mas o fato é que o Brasil não conseguiu durante o ano aumentar muito o volume de exportação de farelo, sendo que um dos principais motivos foi a limitação de capacidade de embarque; 3) nos EUA estão falando em duas causas para o rally. A 1ª comentei acima – forte crescimento do programa – e a 2ª seria pela redução da proteína do farelo e baixa cobertura dos consumidores locais – importante dizer que a redução da proteína ainda é rumor, mas faz sentido se você levar em conta o clima seco e quente em julho e agosto. A redução da proteína é uma questão que pode trazer impactos importantes, mas em termos de preço, o desconto no prêmio deve acontecer na medida em que a proteína mínima do farelo começa
a cair. Isso explicaria por que o farelo americano está mais competitivo, o que garantiria um bom ritmo de crescimento do programa de exportação. Mas o mais provável é que os consumidores adiaram muito a fixação de seus frames, sendo agora obrigados a correr atrás do mercado – short squeeze. Além disso, o produtor americano não está querendo vender sua soja, reduzindo a cobertura das fábricas – se você não consegue comprar no físico, compre na bolsa e vá para a entrega. Tanto a posição long dos comerciais no farelo CBOT e a posição short da soja estão muito pequenas.
O milho na China se aproxima das mínimas do ano. Em julho os preços na China estavam em uma ascendente formidável, combinação de farmer selling fraco, trigo em alta, redução das importações de arroz devido à quebra na Índia, calor extremo em junho e julho e dois tufões com um intervalo de 12 dias. Depois de toda essa prova de fogo, o clima em setembro nas principais regiões foi chuvoso e nublado. Falam que há reportes de aflatoxina em algumas regiões, mas nada que preocupe por enquanto. Com a colheita em mais de 60%, parece que nada disso trouxe impactos à produção ou à qualidade, pelo menos é isso que os preços no spot e a curva dos futuros na DCE estão nos dizendo – a curva estava invertida. Agora está em carry. Há rumores de pedido de washout de milho brasileiro por tradings na China – o flat price e o basis do milho na China caíram muito, reduzindo a atratividade do milho importado. Além disso, falam que a Sino deixaria de comprar milho para suportar os preços – nada confirmado ainda. Outro ponto é a temperatura mais elevada na China do que o normal – o outono está com cara de primavera. As altas temperaturas podem ser um problema para armazenagem em regiões menos tecnificadas. Esses dois pontos podem ter influenciado no farmer selling mais agressivo na China, jogando os preços para baixo. O CASDE, o USDA da China, vê um cenário de oferta de milho local bem mais folgado do que o USDA. Na sua última estimativa, o CASDE aumentou a área e a produtividade, reduzindo a necessidade de importação para 17,5 milhões de toneladas (temporada 23/24, com início em outubro) – o USDA fala em 23 milhões de toneladas de importação. A diferença não parece grande, mas o importante é quanto a China ainda teria para comprar ao longo dos próximos meses e como as compras irão se distribuir entre Brasil, os EUA e Ucrânia. No Brasil, a estimativa dos traders para as compras da China de fevereiro desse ano até final de janeiro de 2024 é de 12-14 milhões de toneladas. Desse volume, a China carregou 5 milhões de toneladas até final de setembro. Quer dizer que a China ainda teria para carregar no Brasil de 7 a 9 milhões até final de janeiro. Com esses números em mente, ainda restariam 14-16 milhões de compras de fevereiro a setembro se o USDA estiver certo, ou 9,5-11,5 milhões se o CASDE estiver correto. Em seus próximos relatórios de O&D o USDA terá que considerar esses cenários de compras da China, além da possibilidade da volta mais agressiva da Ucrânia ao mercado de Panamax. Se considerarmos o corredor protegido de navios como infalível, a Ucrânia poderia tomar uma parte importante dessa demanda até julho.
Rápidas da manhã: Bolsas no ocidente caindo. Petróleo acima dos $90 o barril; ouro subindo 0,7% – o kit guerra (ouro e petróleo) está subindo forte hoje, sinal de aumento das tensões no Oriente Médio; Israel se prepara para entrar em Gaza; Biden está pedindo ao congresso a aprovação de $100 bilhões de ajuda a Israel e Ucrânia – dívida bruta do governo americano passou dos $33,6 trilhões. Nesse ritmo vai bater $41 trilhões antes das eleições presidenciais; a Evergrande e Country Garden, as duas maiores construtoras chinesas deixaram de pagar 100% dos juros sobre bonds emitidos em moeda estrangeira; o BC Chinês fez uma injeção de liquidez recorde nessa 6ª-feira; câmbio na China encerrou em alta na semana; rendimento dos títulos americanos de 10 anos renovaram as máximas de 17 anos; Modelos mostrando chuvas para boa parte da região central do Brasil para a próxima semana;
O Banco Central divulgou na última segunda-feira a atualização das projeções das principais instituições financeiras do país para os indicadores macroeconômicos mais relevantes do Brasil.
Para a semana encerrada no dia 06 de outubro, os analistas elevaram suas expectativas para a taxa de câmbio ao final desse ano. Já as projeções para o IPCA, o PIB e a taxa Selic ao final de 2023 foram mantidas inalteradas.
Refletindo a forte aversão ao risco que o mercado financeiro global vem passando desde a última decisão do Fomc nos EUA no dia 20 de setembro, quando o Fed elevou sua expectativa para a taxa de juros ao final de 2024 e 2025, os analistas elevaram sua projeção para o dólar ao final desse ano. Passou de R$ 4,95 para R$ 5,00.
A projeção do PIB desse ano seguiu em 2,92%, do IPCA em 4,86% e a expectativa da taxa Selic foi mantida em 11,75% ao final desse ano.
Boas vendas de soja e farelo na semana. Vendas de milho e trigo dentro do esperado.
DESTAQUES
Soja: As vendas ficaram perto da banda de cima das estimativas. A China comprou 947 mil toneladas na semana, aumentando sua posição nos EUA para quase 10 milhões de toneladas – no ano passado estava em 16,5 milhões. A soja americana é a mais barata posto China para a janela novembro e dezembro.
Farelo: Mais uma semana forte de vendas. O programa americano está bem adiantado. Os prêmios na América do Sul estão subindo, tornando o farelo americano competitivo.
Milho: Os EUA continuam vendendo milho para compradores mais próximos. O milho americano não é competitivo posto Ásia.
O programa de exportação brasileiro de soja embarcou até a segunda semana de outubro 2,35 milhões de toneladas. Em outubro de 2022 o total foi de 3,80 milhões de toneladas.
Em setembro as exportações de soja atingiram recorde na série histórica, superando a máxima anterior de 4,82 milhões de 2021. Estão nomeadas para outubro exportação de 3,82 milhões de toneladas e para novembro 3,81 milhões de toneladas, portanto, o comprometido no ano é de 97,24 milhões de toneladas.
De janeiro a setembro o Brasil embarcou para a China 61,74 milhões de toneladas, contra 47,26 milhões de toneladas na média dos últimos dois anos. Nesse mesmo período o Brasil embarcou 3,8 milhões de toneladas de soja para a Argentina, volume recorde – em todo o ano passado foram embarcadas para o país vizinho apenas 289 mil toneladas.
O programa de exportação brasileiro de milho embarcou nos primeiros 9 dias úteis de outubro 4 milhões de toneladas. Em outubro do ano passado o total foi de 6,78 milhões de toneladas.
Em setembro as exportações de milho atingiram recorde na série histórica, superando a máxima anterior de 6,44 milhões em 2019. Estão nomeadas para outubro exportação de 5,16 milhões e para novembro 4,09 milhões de toneladas, portanto, o comprometido no ano é de 41,03 milhões de toneladas.
No acumulado do ano o Brasil embarcou para a China 6,93 milhões de toneladas do cereal, sendo 2,37 milhões em agosto e 3,29 milhões em setembro (recorde mensal). Na temporada passada, quando iniciou as negociações de compra do milho brasileiro por parte do gigante asiático, foram embarcadas de fevereiro a janeiro 2,14 milhões de toneladas.
O programa de exportação de farelo de soja embarcou até a segunda semana de outubro 776,32 mil toneladas. No nono mês de 2022 o total foi de 1,76 milhão de toneladas.
As embarcações mensais desaceleraram após 4 meses seguidos de volumes acima de 2 milhões de toneladas. Estão nomeadas para outubro exportação
de 1,27 milhões de toneladas e para novembro 936 mil toneladas, portanto, o comprometido no ano é de 20,17 milhões de toneladas. O principal comprador de farelo do Brasil essa temporada é a Tailândia (2,64 mmt), seguido pela Indonésia (2,55 mmt).
O Brasil também exibe recorde nas exportações de óleo de soja, que atingiram no acumulado do ano 1,94 milhão de toneladas.
O programa de exportação de algodão embarcou até a segunda semana de outubro 90,7 mil toneladas. No mesmo mês de 2022 o total foi de 260,11 mil toneladas.
Em setembro foram embarcadas 186,53 mil toneladas, o melhor setembro da série histórica e o maior volume mensal embarcado em 2023. No acumulado do ano foram exportadas 878 mil toneladas da
fibra natural – no mesmo período do ano passado o volume foi de 1,16 milhão de toneladas.
O principal destino do algodão brasileiro nessa temporada é Bangladesh, que comprou do Brasil 140,36 mil toneladas de janeiro a setembro.
O programa de exportação de carne bovina embarcou nos primeiros 9 dias úteis de outubro 91,30 mil toneladas. Em outubro de 2022 o volume total foi de 187,79 mil toneladas.
No acumulado do ano foram exportadas 1,50 milhão de toneladas de carne bovina brasileira. A China representa 56,76% das vendas brasileiras e comprou de janeiro a setembro 851,48 mil toneladas, enquanto no mesmo período do ano passado o volume foi de 916,99 mil toneladas.
O programa de exportação de carne suína embarcou até a segunda semana de outubro 39,7 mil toneladas. No mesmo mês de 2022 o total foi de 96,41 mil toneladas.
Em setembro foram embarcadas 107,45 mil toneladas, o terceiro melhor setembro da série histórica. No acumulado do ano foram exportadas 931,5 mil toneladas, volume recorde. No mesmo período do ano passado o volume foi de 897,7 mil toneladas. No primeiro semestre a China comprou 311,10 mil toneladas da carne suína brasileira, volume 2% superior a 2022.
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O RALLY DO FARELO: Os futuros do farelo na CBOT foram o destaque da alta da semana. O farelo dezembro na CBOT encerrou a semana com ganho de $35 por tonelada curta, maior alta semanal desde dezembro do ano passado, quando a Argentina caminhava para sua menor safra de soja em décadas. Os prêmios na Argentina, Brasil e nos EUA se mantiveram firmes para dezembro na semana, mesmo com o rally na bolsa. O flat price do farelo subiu forte, puxado por três motivos principais:
MILHO NA CHINA: O milho na China se aproxima das mínimas do ano. Em julho os preços na China estavam em uma ascendente formidável, combinação de farmer selling fraco, trigo em alta, redução das importações de arroz devido à quebra na Índia, calor extremo em junho e julho e dois tufões com um intervalo de 12 dias. Depois de toda essa prova de fogo, o clima em setembro nas principais regiões foi chuvoso e nublado. Falam que há reportes de aflatoxina em algumas regiões, mas nada que preocupe por enquanto.
INDICADORES DO AZEDUME NA CHINA: O câmbio na China é o melhor indicador das forças externa e internas. O câmbio está caminhando novamente para a máxima de 7 anos a 7,36 – o câmbio offshore. O BC chinês continua dizendo ao mercado que o câmbio deveria estar mais para baixo. Como funciona? Todos os dias o BC Chinês estabelece o ponto-médio de abertura. A partir desse ponto pode oscilar 2% para cima ou para baixo. A figura mostra que sistematicamente o offshore tem operado perto da banda de cima. O que fazer? Vender dólar e comprar iuan. Alguém na China falou que seria uma boa ideia vender os títulos americanos (ou não reinvestir o principal), utilizando esses dólares para atuar no mercado. Não sei se é isso que está acontecendo, mas a posição da China em títulos americanos começou o ano em 867 bilhões – agora está $805 bi. O recorde foi de ~$1,3 (setembro/2013).