O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Brasil, acabou de definir a meta da taxa Selic para os próximos 42 dias. Em linha com a ampla expectativa do mercado, a taxa de juros no Brasil foi reduzida em 0,50
p.p., recuando de 12,75% para 12,25%, menor nível desde abril de 2022 (11,75%).
Dessa forma, a nossa autoridade monetária manteve pela terceira reunião consecutiva o ritmo de afrouxamento monetário que havia iniciado na decisão de agosto.
Vale salientar, que pela segunda decisão seguida houve unanimidade na votação pelo corte de 0,5 p.p. entre os nove membros votantes.
A forte desaceleração da inflação acumulada em 12 meses no primeiro semestre de 2023 e recuo na expectativa inflacionária para esse ano e 2024, foi um fator crucial para a continuidade do afrouxamento monetário no Brasil.
No final de abril de 2023, o mercado projetava IPCA em 6,05% para 2023. Na última estimativa (27/outubro) havia recuado para 4,63%, abaixo do teto de 4,75%. Já para 2024, a projeção está em 3,90% bem distante do teto da meta de 4,50%, reforçando uma perspectiva de um cenário benigno para a inflação no país no médio prazo. E para 2025 está em 3,50%, também bem aquém do teto da meta de 4,50%.
Portanto, a somatória da inflação em patamar baixo e expectativa inflacionária melhorando significativamente, abriu espaço para que a nossa autoridade monetária pudesse ter estendido hoje o ciclo de afrouxamento de juros no Brasil.
Em linha com essa visão, a nossa autoridade monetária disse: “Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.
Em linha com a projeção do relatório Boletim Focus, o comunicado divulgado com a decisão de hoje reforçou a visão de que a taxa Selic deverá encerrar esse ano em 11,75% ao ano.
De acordo com o texto divulgado junto com a decisão: “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
Porém, o ciclo de afrouxamento monetário ao longo de 2024 dependerá do cenário externo e, especialmente, interno.
Na questão no exterior vai depender da condução da política monetária nos países desenvolvidos. Caso a inflação não recue como esperado nos EUA e Europa, os Banco Centrais dessas regiões poderão ser forçados em elevar a taxa de juros, dificultando um corte mais pronunciado da taxa Selic no Brasil. Mas hoje, esse cenário é pouco provável e foi reforçado nessa quarta-feira pelo presidente do Fed, Jerome Powell.
O chairman do Banco Central dos EUA disse que tem visto evolução positiva do efeito política monetária contracionista sobre o mercado de trabalho e a inflação na maior economia do mundo, sugerindo que o Fed possivelmente não irá mais elevar a taxa de juros nas próximas decisões.
Refletindo esse sentimento, o mercado vê 78% de probabilidade de manutenção da taxa de juros na decisão de dezembro após os comentários de Powell. E ao longo do primeiro semestre do ano que vem, a probabilidade de estabilidade supera 85%.
Por isso, o maior risco para a continuidade de queda da taxa de juros no Brasil ao longo de 2024 vem do quadro interno, mais especificamente, da política fiscal. E no comunicado de hoje, o Copom reforçou a necessidade de política fiscal austera para seguir cortando a taxa de juros no ano que vem.
Segundo o comunicado: “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”.
Resumindo, é certo que a taxa Selic encerra em 11,75% esse ano e para 2024 vai depender da política fiscal do país. Se o governo tiver comprometimento com a responsabilidade fiscal, a taxa de juros no Brasil tende a encerrar o ano que vem abaixo de 10%, em torno de 9%. Mas se houver irresponsabilidade, fechará acima de dois dígitos, ao redor de 10,50%. Portanto, quem definirá o rumo da política monetária será a política fiscal, como é o normal.
O BLS (Bureau of Labor Statistics) divulgou há pouco os dados do mercado de trabalho nos EUA referente ao mês de outubro. No período, a maior economia do mundo criou 150 mil novos postos de trabalho, abaixo do esperado pelos analistas (180 mil). Vale salientar, que o número de outubro foi o menor desde junho desse ano (105 mil).
Reforçando a visão de desaquecimento do mercado de trabalho norte-americano com o resultado de outubro, o número de agosto foi revisado de 227 mil para 165 mil e setembro passou de 336 mil para 297 mil. Ou seja, os números revisados de do oitavo e nono mês do ano reduziram em 101 mil vagas de trabalho.
Em relação ao número de criação de postos de trabalho em outubro, 99 mil foi na iniciativa privada, também abaixo do esperado pelo mercado (158 mil). Já o governo criou 51 mil postos de trabalho, com destaque para a área de administração pública que gerou 38 mil.
A atividade de saúde foi o destaque da criação de postos de trabalho nos EUA em outubro, gerando 58 mil vagas e se mantendo ao redor da média mensal nos últimos 12 meses, que foi de 53 mil. Dentro dessa atividade, tivemos os seguintes destaques no décimo mês do ano: saúde ambulatorial (32 mil), hospitais (18 mil) e enfermagem e residências (8 mil).
Essa atividade tem sido o destaque de criação de vagas de trabalho em 2023, totalizando 532,3 mil postos e sendo responsável por 22,3% de todos os empregos gerados esse ano.
O bom desempenho dessa atividade em 2023 é uma recuperação a grande perda gerada durante a pandemia. Entre março de 2020 e setembro do ano passado, a atividade de saúde acumulava perda de 51,6 mil vagas de trabalho. Durante a pandemia da Covid-19 as pessoas estavam receosas em trabalhar na área da saúde com medo do contágio. Mas com o fim da pandemia no ano passado, essa atividade voltou a atrair interesse da mão de obra e já se recuperou de toda a perda gerada até boa parte de 2022.
Se a área de saúde mantém um bom ritmo de criação de postos de trabalho, o mesmo não se pode dizer da atividade de lazer e hospitalidade. Em outubro, esse setor criou apenas 19 mil novas vagas, bem abaixo dos 74 mil reportados no mês anterior. Vale salientar, que o resultado de outubro foi o terceiro pior dos últimos 34 meses.
Também vale o registro que a atividade de lazer e hospitalidade ainda acumula um corte de 223 mil postos de trabalho desde março de 2020 até outubro desse ano, sendo a único setor a ainda apresentar número negativo desde o início da pandemia.
A taxa de desemprego na maior economia do mundo subiu de 3,8% em setembro para 3,9% em outubro, contrariando as expectativas dos analistas que esperavam estabilidade no décimo mês do ano. Vale mencionar, que a taxa de desemprego de outubro é a mais alta desde janeiro de 2022 (4,0%).
Apesar da alta inesperada, a taxa de desemprego segue baixa, refletindo a taxa de participação da população apta a trabalhar que procura emprego ainda aquém do observado no período pré-pandemia.
Em fevereiro de 2020, 63,4% das pessoas em idade de trabalho procuravam emprego ou estavam trabalhando. Em outubro desse ano esse número foi de 62,7% e ficou 0,1 p.p. abaixo do reportado em setembro. Desde o início da pandemia, esse número nunca mais ficou acima de 63%.
Após o início da pandemia, estima-se que mais de 2 milhões de trabalhadores norte-americanos em idade ativa decidiram antecipar suas aposentadorias, reduzindo a oferta de mão-de-obra disponível.
Além disso, a pandemia trouxe outros dois problemas estruturais ao mercado de trabalho na maior economia do mundo.
Primeiramente, com a dificuldade em encontrar mão-de-obra, setores administrativos das empresas passaram a buscar colaboradores que trabalhavam em creches, já que esses recebiam baixos salários.
Ao retirar funcionários das creches, houve uma queda de oferta de vagas para esse setor, o que dificultou as famílias a conseguirem colocar seus filhos nesse período escolar. Portanto, o marido ou a esposa tiveram que deixar o mercado de trabalho para poder ficar em casa para cuidar de seus filhos, já que não havia vagas em creches para todo mundo.
Outro problema estrutural foi a redução de mão de obra de imigrantes ilegais, que retornaram aos seus países de origem na pandemia e não conseguiram mais regressar aos EUA, reduzindo a oferta desse tipo de mão-de-obra barata. O setor de serviços, especialmente, de bares e restaurantes, são as áreas que mais sofreram com essa redução de oferta de mão de obra estrangeira.
A escassez de mão-de-obra disponível a trabalhar nos EUA segue obrigando as empresas a elevarem os benefícios para os seus colaboradores, seja para contratação ou retenção do seu quadro de funcionários. Por conta disso, o salário do trabalhador segue registrando crescimento acima da média histórica.
Em outubro, a alta acumulada em 12 meses do salário nos EUA ficou em 4,1% ante 2,8% da média histórica antes da pandemia. Porém, esse número é o mais baixo desde agosto de 2021 (4,0%), ou seja, vinte e seis meses.
Na última quarta-feira (01) o Fed manteve a taxa de juros nos EUA inalterada como esperavam os investidores. E em sua entrevista coletiva após o anuncio da decisão de juros, o presidente da autoridade monetária norte-americana, Jerome Powell, disse que tem observado
progressos no combate inflacionário diante da taxa de juros em nível bastante restritivo. Porém, ainda sinalizou que o Fed poderá vir a elevar mais uma vez a taxa de juros.
O mercado fez uma leitura dovish (política monetária mais frouxa) sobre o tom do comentário de Powell e aumentou as apostas de que o Fed não irá mais subir a taxa de juros nem na decisão de dezembro e nem ao longo do ano que vem, o que ajudou a derrubar o dólar ontem no exterior e a disparar o mercado acionário nos EUA e Europa.
E os números do mercado de trabalho divulgados hoje reforçam essa percepção de que não será mais necessário um novo aperto monetário pelo Banco Central dos EUA, pois os dados sinalizaram de forma generalizada um arrefecimento do mercado de trabalho.
O número de postos de trabalho recuou mais que o esperado, a taxa de desemprego subiu inesperadamente e a variação salarial segue desacelerando. Portanto, há uma clara tendencia de acomodação do mercado de trabalho da maior economia, o que tende a ser positivo para o Fed na sua busca para combater a inflação.
Em linha com esse sentimento, a probabilidade de manutenção da taxa de juros na última decisão do ano (13 de dezembro) está hoje em 90% segundo o FedWatch da bolsa CME. Há um mês atrás essa probabilidade estava em 53%. Já a chance de alta de juros recuou de 47% para apenas 10%.
Diante do aumento expressivo da possibilidade de manutenção da taxa de juros na terra do tio Sam na última decisão de 2023, as bolsas de valores operam em alta e o dólar registra forte queda pelo segundo dia seguido.
Nos EUA, o mercado acionário opera com ganhos entre 0,7% e 0,8%, enquanto que na Europa registra altas entre 0,1% e 0,4%. Antes do número do Payroll, as bolsas de valores norte-americanas operavam com perdas ao redor de 0,2% e no Velho Continente de 0,1%. Vale lembrar que tanto as bolsas dos EUA quanto da Europa fecharam ontem com as maiores altas diárias desde maio desse ano, variando de 1,5% e 2%.
Já o dólar IDX (contra cesta de moedas de países desenvolvidos) registra nesse momento forte queda de 0,84%, após ceder ontem 0,69%. O IDX é cotado agora a 105,082 pontos, menor nível desde 21 de setembro.
Em linha com o movimento de seus pares no exterior, os ativos brasileiros também registram valorizações bastante significativas. O dólar comercial desaba 1,51% e é negociado a R$ 4,8970, menor nível desde 20 de setembro (R$ 4,88). O Ibovespa dispara 2,14% e é cotado a 117.521 pontos, também o maior patamar desde 20 de setembro (118.695 pontos).
Agora os investidores aguardam pelo dia 14 de novembro, quando teremos a divulgação dos dados de Índice de Preço ao Consumidor nos EUA referente ao mês de outubro.
COLHEITA
A colheita bruta de grãos e oleaginosas na Ucrânia ultrapassou 63 milhões de toneladas.
Em 26 de outubro, a colheita de grãos e leguminosas na Ucrânia foi realizada em uma área total de 8,85milhões de hectares (ou 81% da previsão), dos quais quase 43,37 milhões de toneladas de grãos foram debulhadas a um rendimento de 49 mil hectares/ha. Isso foi relatado pelo serviço de imprensa do Ministério de Política Agrária da Ucrânia com referência a informações operacionais sobre o progresso da campanha de colheita.
O término da colheita do girassol: o rendimento no país aumentou 7%.
De acordo com estimativas preliminares, o rendimento médio é de 2,3 centros/ha. O número é 7% a mais do que o mesmo indicador do ano passado.
A área total de girassol antes da colheita nesta temporada é de mais de 5,3 milhões de hectares, o que é significativamente menor do que no ano passado. Em particular, na temporada passada, os agricultores colheram girassóis de uma área de 6,1 milhões de hectares.
De acordo com as previsões atuais, a colheita de girassol nesta temporada deve ser de 13,0 milhões de toneladas, 0,5 milhão de toneladas ou 4% abaixo da safra de 2022.
SEMEADURA
Até 30 de outubro de 2023, a Ucrânia semeou quase 5,4 milhões de hectares de culturas de inverno para a safra de 2024.
Em particular, 3,7 milhões de hectares de trigo e 1,1 milhão de hectares de colza, enquanto apenas 404 mil hectares de cevada.
Dados do Ministério da Política Agrária.
EXPORTAÇÃO
A exportação de milho ucraniano em 2023/24 quase chegou a 4 milhões de toneladas.
De acordo com os dados operacionais do Serviço de Alfândega do Estado, até 3 de novembro, desde o início do MY 2023/24, a Ucrânia exportou 9,481 milhões de toneladas de grãos e leguminosas, das quais 237 mil toneladas foram embarcadas no mês corrente, informou o serviço de imprensa do Ministério da Política Agrária da Ucrânia.
FRETE
As taxas de frete diminuíram significativamente nos portos de alto mar e fluviais da Ucrânia.
Na semana atual, o mercado de frete ucraniano foi dominado por uma tendência de queda. Alguns dos afretadores foram forçados a abandonar embarcações que já haviam entrado no Danúbio. Nem todos os comerciantes conseguem cobrir as demurrages que ocorreram em novembro (em parte devido ao mau tempo, em parte devido ao despreparo para as novas exigências do fisco).
Isso é relatado pela empresa Atria Brokers.
A partir de 26 de outubro de 2023, as taxas para o transporte de milho por montanhas-russas de 6.000 toneladas dos portos de Reni e Ismail para Sevilha diminuíram em USD 15/mt para USD 63-65/mt, para a costa leste da Itália em USD 13/mt para USD 52-54/mt , para Espanha – em 12 USD/mt para 58-60 USD/mt, para o Mediterrâneo Oriental – de 10-11 USD/mt a 50-52 USD/mt. O frete para Creta e Grécia diminuiu em 7 USD/mt para 49-50 USD/mt e 48-49 USD/mt, respectivamente, para Israel – em 5-7 USD/mt para 58-60 USD/mt e Mármara – em 6 USD/mt até 46 USD/mt.
O frete para o transporte de sementes de girassol por montanhas-russas de 6.000 toneladas dos portos do Danúbio para Mármara caiu US$ 3/mt para US$ 65/mt.
PREÇOS EM FORTE ALTA PELA RESTRIÇÃO NA OFERTA
Apesar da colheita do trigo estar ocorrendo no Brasil, o que seria motivo de pressão de queda nos preços. O mês de outubro está sendo de recuperação e forte elevação nas cotações, diante do cenário catastrófico de chuvas abundantes em todo o Sul do país, o que está depreciando a qualidade do grão que ainda se encontra nas lavouras, limitando a oferta de trigo bom para moagem.
Neste contexto, a valorização mensal do trigo em algumas regiões do país, principalmente nos estados de SP e PR, chegou a ficar acima dos 30%.
O trigo paulista entregue aos moinhos da Capital, saíram de um patamar de R$ 1.000-1.050/t CIF no início do mês e estão chegando ao final de outubro, na casa dos R$ 1.300/t CIF.
No PR, o trigo tipo 1 de boa qualidade, especialmente o trigo colhido mais cedo no Norte-PR, que apresenta um bom potencial tecnológico, sendo mais demandando pelos moinhos, já está na casa de R$ 1.300-1350/t CIF.
Com 67% das lavouras colhidas em todo o território nacional, temos quase 1/3 das lavouras ainda em campo, sob condições de excesso de chuvas, o que deve fazer este cereal ficar comprometido para uso pela indústria moageira na fabricação de farinhas e massas.
No PR, ainda há 15% das lavouras para serem colhidas e nesse último final de semana, as chuvas torrenciais causaram sérios danos e inundações para o trigo já em fase final de maturação.
No RS, as chuvas abundantes estão ocorrendo desde o mês de setembro e há relatos de grande ocorrência de Giberela e DON (micotoxina), fazendo pelo menos 40% deste trigo ser destinado para uso em ração (feed wheat). O principal destino deverá ser a exportação, mas produtores devem ficar atentos também a uma janela mais curta de embarques, diante da perspectiva de recuperação da safra de soja 23/24 no RS, que pode disputar por espaço no Porto de Rio Grande.
perto os preços de paridade de importação. Mesmo com as elevações recentes, o trigo doméstico ainda está descolado dos preços internacionais, especialmente do trigo da Argentina, nosso principal fornecedor.
Considerando o trigo CIF-SP, hoje sendo negociado a R$ 1.300-1350/t CIF na capital, ainda possui um deságio aos R$ 1.500-1.550/t CIF-SP do trigo da Argentina. Isso dá portanto, um espaço para novas altas, à medida que a demanda aumente no período de entressafra.
Vale lembrar, porém, que os preços de paridade de importação também são influenciados pelo dólar, que nesse momento, corrobora para o fortalecimento da PPI, mas se voltar a operar abaixo dos R$ 5, pode limitar as elevações para o trigo doméstico. Este é um fator a se ficar atento.
Por outro lado, o que se fala nesta última semana, são as chuvas fortes, ventanias e granizo que acometeram as lavouras de trigo da Argentina, incluindo regiões importantes, como Santa Fé, Córdoba e Entre Ríos. Os danos ainda não foram oficialmente mensurados, mas certamente, gerou acamamento em algumas lavouras e pode refletir em perda na qualidade do grão, uma vez que as chuvas estão ocorrendo em época de maturação e colheita. Logo, é possível, que os preços do trigo argentino possam ter reação em um cenário de perdas maiores em uma safra que já está com redução em seu potencial produtivo pela seca, o que pode sustentar uma elevação de preços, sendo algo que traria novo suporte de alta para o trigo de boa qualidade aqui no Brasil.
Falando do trigo feed, que teremos em abundância este ano, principalmente no RS. O melhor cenário no momento é destinar este grão para exportação, enquanto a janela do Porto de Rio Grande-RS e Imbituba-SC está disponível para isso, uma vez que a indústria local de rações, deve absorver parte da produção, mas considerando que o preço do milho está em níveis favoráveis, é provável que alguns compradores não abram mão de suas formulações para absorver este grão deteriorado.
Com o spread atualmente na faixa de 76 centavos por bushel, alguns compradores já começam a mostrar mais interesse pelas compras dos grãos americanos, este é o menor spread entre o trigo hard e soft desde março deste ano.
Além disso, alguns lotes de trigo terão um nível de micotoxina acima do padrão exigido pela indústria interna e exportação, sem contar que dentro de alguns meses, a colheita de soja no RS, deverá demandar espaço de armazenagem, necessitando que o produtor libere este espaço usado com o trigo. Hoje, vemos indicações na faixa de R$ 930/t FOB do trigo feed em RG, representando um deságio de 15%-20% em relação aos preços praticados para o trigo tipo 1.
As exportações de óleo de soja no Brasil seguem lentas:
Para o mês de outubro foram embarcadas apenas 60 mil toneladas de óleo de soja em Paranaguá, os principais fatores são: a redução do esmagamento de soja nos meses de setembro e outubro por conta das margens ruins; e também o aumento da demanda por biodiesel no mercado interno, através da melhora das margens das usinas de combustíveis.
O volume acumulado das exportações atinge 1,95 milhões de toneladas, recorde para o período mas perdendo força.
Durante o mês de outubro as margens de esmagamento já voltaram a melhorar, já refletindo no aumento das exportações. O volume nomeado para novembro já atinge 104 mil toneladas, o que deve crescer ao longo do mês.
O volume de exportação em 2023 foi tem sido recorde devido ao mandatório de utilização do biodiesel estar bem abaixo da capacidade de esmagamento do Brasil. Hoje este mandatório é de 12% (B12). Para 2024 o fator que irá definir os volumes de exportação de óleo de soja será o novo mandatório de utilização de biodiesel para 2024, se vier B13 como previsto, teremos um elevado volume de exportação, porém se o percentual aumentar para 14%, o mercado interno demandará mais óleo, concorrendo mais de perto com a exportação.
Dados do dia 18 de Outubro
A semana terminou com quedas nos preços da ureia em todo o mundo. As negociações CFR Brasil foram observadas na faixa de US$ 390-405/t, em comparação com US$ 400-425/t na semana anterior. Além disso, surgiram rumores de negociações de ureia CFR Brasil abaixo de US$ 380/t. Em outras regiões, a pressão baixista também prevaleceu. Os preços no Egito caíram de US$ 420/t FOB na segunda semana de outubro para US$ 400/t na semana passada. As referências no mar Báltico estão atualmente entre US$ 345-360/t FOB. Na sexta-feira, o destaque foi para os números do tender indiano, um assunto que será abordado detalhadamente nas próximas seções deste relatório.
A grande questão do tender é que a oferta foi bastante robusta, superando 4,0 milhões de toneladas.
No que diz respeito ao sulfato de amônio, os preços na China estão na faixa de US$ 170-175/t FOB, enquanto no Brasil os preços estão em torno de US$ 215/t CFR, lembrando que mais de 95% dos volumes importados pelos brasileiros têm origem na China. Desde meados de junho até o momento, as cotações do sulfato de amônio acumulam um aumento de mais de 40%. Por fim, no que diz respeito ao nitrato de amônio, as cotações estão em torno de US$ 200/t FOB Báltico, enquanto no Brasil os preços ficam em cerca de US$ 255/t CFR.
Uma das discussões ainda em pauta no mercado de fertilizantes nitrogenados é o comportamento da China nas exportações de ureia até o final do ano. As expectativas são mais otimistas em relação à participação do gigante asiático no último trimestre de 2023.
No mercado doméstico brasileiro, o índice semanal de preços da Agrinvest Commodities indicou um preço da ureia de R$ 2.691,00/t. Em Rondonópolis, as cotações estão na faixa de US$ 525-550/t FOB.
Os preços do MAP terminaram a semana com uma leve alta, e as cotações do fosfatado CFR Brasil atingiram US$555/t. Além do Brasil, a escalada nos preços na Ásia também continua; os preços do DAP FOB China subiram aproximadamente US$5,0/t e ultrapassaram US$580/t. Para o superfosfato simples, as cotações atuais estão entre US$220 e US$230/t CFR Brasil. Na Índia, os preços do DAP continuam ao redor de US$595/t CFR.Por fim, no que se refere ao superfosfato triplo, os preços estão na faixa de US$430/t CFR Brasil.
Na atual conjuntura, o SSP começa a ter um preço mais competitivo em relação ao MAP. Isso também ocorreu precisamente há um ano. Entre outubro e novembro de 2022, a relação entre os preços do MAP e do superfosfato simples superou 3,2, ou seja, uma tonelada de fosfato monoatômico estava comprando 3,2 toneladas de SSP, enquanto a média dos últimos 8 anos era de 2,49. Naquela ocasião,
a relação de troca do superfosfato simples no Mato Grosso estava entre as melhores dos últimos cinco anos, levando os produtores a anteciparem fortemente suas aquisições para a safra 2023-24. Neste momento, a relação de troca entre a soja 2024-25 e o SSP não se mostra tão competitiva como no ano passado, porém, está menos discrepante da média do que no caso do MAP.
No mercado doméstico brasileiro, as cotações do MAP em Rondonópolis, no Mato Grosso, foram vistas desde US$690/t a US$715/t FOB. O índice semanal de preços acompanhado pela Agrinvest Commodities coloca o MAP a R$3.580/t, ou seja, com um leve aumento de R$15,00/t em sete dias.
As cotações do cloreto CFR Brasil estão próximas de US$343/t. Nos últimos quinze dias, os preços do potássio no interior do Brasil apresentaram leves quedas. O KCl FOB Rondonópolis foi observado entre US$470-485/t FOB, em comparação com US$500-505/t no final de setembro. Além disso, ouviram-se relatos de negociações no nordeste do Mato Grosso a US$460/t (a granel). Recentemente, as compras para a safra 2024-25 se tornaram mais ativas. Os grandes grupos agrícolas no Brasil começaram a tomar suas posições para a próxima safra.
Outubro vai ser o divisor de águas – atualizado (dia 21/out)
AAO: O AAO deverá cair para fase negativa para os próximos dias, o que reforça a reversão do atual padrão de clima seco na parte central do Brasil e muita chuva para a parte Sul. Essa mudança deve acontecer mais para o final do mês. Nos últimos 30 dias o EC foi mais assertivo em relação ao GFS.
A vantagem é de 10 pontos percentuais. A figura 1 ainda mostra que o modelo EC ainda mostra uma tendência de clima mais quente e seco que o normal para todo o Centro-Norte do Brasil.
Argentina: As temperaturas na Argentina devem subir para os próximos dias, mas as chuvas deverão permanecer mal distribuídas. A produção de trigo e o plantio do milho 1ª campanha estão sendo prejudicados.
Brasil: A queda do AAO para a fase negativa reforça as previsões de mais chuvas para o Norte do Brasil. No entanto, o modelo Europeu continua mostrando chuvas abaixo do normal e temperaturas acima do normal para as próximas 4 semanas. O atraso do plantio no MT parece cada vez mais uma realidade. Segundo o IMEA, o plantio da soja chegou a 35,1% contra 41,35% no ano passado. A região mais atrasada em relação ao ano passado é a região Sudeste.
Foram destaques da semana: Sinais conflitantes na China, os programas brasileiros de exportação
A economia chinesa continua produzindo sinais conflitantes. O lucro das maiores empresas cresceu, mas a produção industrial entrou novamente em contração – o PMI industrial caiu de 50,2 para 49,5 (abaixo de 50 = contração). As vendas no varejo aceleraram em setembro, mas o investimento privado caiu. Falando de investimento, o governo continua tentando compensar a queda no investimento privado através do investimento em projetos de infraestrutura. Para isso, os planejadores anunciaram a emissão de 1 trilhão de iuan em títulos, só que dessa vez quem vai gastar é o governo central – a meta do déficit do governo central vai subir 1 ponto percentual para 3% do PIB, o que foi festejado pelos mercados (o CSI300 encerrou a semana em alta de 0,6%, a 2ª semana seguida). No geral, não há mudanças que possam promover novas alavancas de crescimento. Todos falam que a China precisa de reformas, mas os reformistas estão morrendo – Li Keqiang faleceu no último dia 27. O que se vê hoje é uma China em processo acelerado de encasulamento: queda no comércio, queda no fluxo de capital e queda no fluxo de pessoas e empresas – alavancas da globalização. A Maersk, maior operadora de container do mundo, anunciou corte de 10 mil vagas de trabalho. O motivo é a queda do comércio de manufaturados, em especial China-EUA. Segundo o cálculo da Wind, o IED na China caiu 34% de janeiro a setembro, a maior queda da série iniciada em 2014 (IED é o investimento estrangeiro direto). As empresas estrangeiras no geral continuam falando que está cada vez mais difícil produzir na China. Há muitas novas regras de compliance voltadas à proteção de dados. As empresas estão tentando se adaptar, mas o custo parece que excede os ganhos, tendo em vista um crescimento muito menor do mercado consumidor local. O fundo de investimento Vanguard anunciou sua saída por completo da China, assim como empresas de auditoria e serviços financeiros. Ainda não há relatos de saída de indústrias. Brad Setser, pessoa ligada à Câmara de Relações Internacionais, comentou recentemente que as empresas estrangeiras já não estão mais reinvestindo os lucros gerados na China, o que mostra como essa tendência está se desenvolvendo. É o que as empresas estão chamando de “de-risk”, um processo que redução do risco ligado ao isolamento da China.
Para o agro vemos também uma China buscando novos caminhos. Diretrizes muito menos pró-mercados como: interrupções seguidas no fornecimento de fertilizantes – a China é um grande exportador de N e P – novas diretrizes ligadas ao aumento da produção local de soja e o vai-e-vem das diretrizes ligadas ao consumo de energia – esse último impacta diretamente o custo de produção de defensivos agrícolas. Aqui cabe uma reflexão muito importante: quem vai ganhar e quem vai perder com esse processo? A resposta vai determinar tendências de moedas e de outros ativos como commodities. O Brasil é uma peça superimportante nesse processo.
Os programas brasileiros de exportação de soja e milho estão muito fortes, apesar das limitações logísticas. O programa da soja brasileiro pode passar de 100 milhões de toneladas e o programa do milho pode chegar a 60 milhões – no caso da soja, entre janeiro e dezembro, e para o milho de fevereiro a janeiro. Até o final de outubro o total embarcado de soja ficou em 91,3 milhões de toneladas. As nomeações para novembro somam 5,7 milhões de toneladas. Somando as nomeações com os embarques, o programa brasileiro já tem 97 milhões de toneladas. Para dezembro o volume ainda é bem incerto. A China ainda está bem aberta para embarque dezembro e janeiro, mas seu processamento para essa janela pode ser menor que o previsto – a demanda interna por rações deve cair para os próximos meses. O Brasil está ofertando posto China mais barato que os EUA, mas não é muito volume. Demanda existe e o Brasil é competitivo. O que pode atrapalhar é a falta de logística. Onde há soja, não há capacidade de elevação, e onde há capacidade de elevação, não há soja. O porto de Rio Grande está com lineup bem baixo, perto de 1 milhão de tonelada em nomeações de soja, mas está cada vez mais difícil originar soja e levar para lá. O porto de Santos está tomado com o milho. Aratu vai continuar servindo a soja, mas também não há muita oferta na Bahia, além de ser cara. Paranaguá já está com 3 milhões de soja em lineup, embarques que já estão dando muitos problemas de extensão, além da ineficiência crescente. O tamanho do programa brasileiro é um assunto muito importante, porque vai nos dizer qual será o tamanho do programa para 2024. Essa informação é essencial para a tendência da CBOT a partir do 2º semestre do próximo ano. Se a produção do Brasil for igual ou maior que esse ano, somado ao crescimento da capacidade de exportação e redução do programa do milho, teremos um cenário favorável para um programa de 105-110 milhões de toneladas para 2024, cenário muito negativo para a demanda americana.
O ritmo de crescimento do programa do milho continua forte também. O total embarcado está em 36,4 milhões de toneladas e o total nomeado está em 9 milhões. Juntando os números, o programa de milho passou de 45,4 milhões de toneladas, ainda em linha com um programa de pelo menos 55 milhões de toneladas. Como esperado, o total de nomeações nos portos do Norte está caindo, o que vem sendo mais que compensado pelo forte crescimento em Santos. Desde o início do mês, o total de nomeações nos portos do Norte caiu 600 mil toneladas. Já em Santos, o total de nomeações cresceu 780 mil toneladas. Parece que Santos está dando conta do recado, mantendo o programa do milho em um ritmo bom de escoamento. Se a logística permitir e a competitividade do milho brasileiro continuar favorecendo, não seria difícil construir um programa mais próximo de 60 milhões de toneladas até final de janeiro. Nesse último ponto, algumas novas tendências começam a surgir no horizonte: 1) os prêmios no PNW estão caindo, graças aos descontos da ferrovia. Negócios reportados nessa semana a +100h para embarque janeiro. Nesse nível o milho americano é mais barato que o brasileiro CFR Ásia; 2) a Ásia está substituindo milho por trigo ração. O Brasil terá pelo menos 2,5 milhões de toneladas de trigo ração para vender, trigo do Rio Grande do Sul. O Brasil já vendeu 5 barcos para o Vietnam e 2 para Filipinas. Tudo isso traz pressão sobre os prêmios do milho, o que torna a margem de originação ainda mais negativa.
Rápidas da manhã: Bolsas americanas de lado. A semana está sendo muito positiva, refletindo o comunicado do Fed (a alta de juros pode estar perto do fim); hoje todos de olho nos números do mercado de trabalho americano às 9h30; na China as bolsas encerraram em alta pela 2ª semana seguida – os gastos do governo central irão crescer; petróleo estável acima dos $82 o barril; ouro estável a $1997 a onça – Kit guerra caiu bem nos últimos dias; o EC está mantendo a previsão de boas chuvas para o Norte para 5 dias. Muita chuva para o Paraguai, Paraná e Rio Grande do Sul; oferta de trigo ração crescendo no Brasil; o ritmo do plantio da soja no Paraná caiu (Deral);
O Banco Central divulgou na última segunda-feira a atualização das projeções das principais instituições financeiras do país para os indicadores macroeconômicos mais relevantes do Brasil.
Para a semana encerrada no dia 27 de outubro, os analistas repetiram o movimento visto na semana anterior nas suas projeções, ao reduzirem as suas expectativas para o IPCA e PIB desse ano. Já as projeções para a taxa cambial e a taxa Selic ao final de 2023 foram mantidas inalteradas.
Refletindo o resultado em linha com o esperado para o IPCA-15 de outubro e o reajuste de -4% no preço da gasolina na semana retrasada, o mercado reduziu de 4,65% para 4,63% a projeção do IPCA de 2023. Dessa forma, a expectativa inflacionária para esse ano se mantém abaixo do teto da meta. A projeção atual é a menor desde o dia 08 de julho do ano passado, quando foi de 4,49%.
Pela segunda semana seguida, a estimativa para o crescimento do PIB desse ano registrou uma queda marginal, recuando de 2,90% para 2,89%. O resultado pior que o esperado para o IBC-Br de agosto seguiu motivando o recuo na projeção do PIB de 2023.
E a expectativa da taxa Selic foi mantida em 11,75% ao final desse ano e o câmbio em R$ 5,00.
Boas vendas de algodão e negativas para o farelo e para o trigo. A média móvel de 4 semanas caiu para o milho e para o farelo.
DESTAQUES
Soja: As vendas ficaram perto da banda de baixo das estimativas. A China comprou 976 mil toneladas, incluindo a troca de 587 mil de destinos desconhecidos. A posição da China nos EUA está em 12 milhões de toneladas – no ano passado estava em 18,4 milhões de toneladas. A Sinograin, gestora das reservas da China, está comprando soja americana para embarque fevereiro e soja Argentina para junho. Traders na China falam que suas compras serão maiores esse ano.
Farelo: Depois de semanas de fortes vendas, o encarecimento do flat price acabou reduzindo o interesse dos compradores. Os prêmios no Brasil caíram bem nas últimas duas semanas, deslocando a demanda. Ainda corre por fora a forte redução do processamento na Argentina para os próximos meses.
Milho: Os EUA continuam vendendo milho somente para compradores tradicionais como México e Japão. Porém, esse quadro pode mudar, uma vez que o Brasil está ficando caro para embarque Dezembro e Janeiro. Reporte de vendas de milho Fob PNW a níveis bem competitivos.
O programa de exportação brasileiro de soja fechou o mês de outubro com 5,53 milhões de toneladas. Em outubro de 2022 o total foi de 3,80 milhões de toneladas.
As exportações em março, maio, junho, agosto, setembro e outubro desse ano atingiram volumes máximos na série histórica. Estão nomeadas para novembro exportação de 5,34 milhão de toneladas e para dezembro 1,55 milhões de toneladas, portanto, o comprometido no ano é de 100 milhões de toneladas – em todo o ano passado foram embarcadas 78,72 milhões de toneladas, consequência da quebra da safra no país.
De janeiro a setembro o Brasil embarcou para a China 61,74 milhões de toneladas, contra 47,26 milhões de toneladas na média dos últimos dois anos. Nesse mesmo período o Brasil embarcou 3,8 milhões de toneladas de soja para a Argentina, volume recorde – em todo o ano passado foram embarcadas para o país vizinho apenas 289 mil toneladas.
O programa de exportação brasileiro de milho encerrou outubro com 8,45 milhões de toneladas. Em outubro do ano passado o total foi de 6,78 milhões de toneladas.
Em setembro e outubro as exportações de milho atingiram recorde na série histórica. Estão nomeadas para novembro exportação de 8,21 milhões e para dezembro 792 mil toneladas, portanto, o comprometido no ano é de 45,94 milhões de toneladas – em todo o ano passado foram embarcadas 46,59 milhões de toneladas, e no ano retrasado 20,78 milhões de toneladas.
No acumulado do ano o Brasil embarcou para a China 6,93 milhões de toneladas do cereal, sendo 2,37 milhões em agosto e 3,29 milhões em setembro (recorde mensal). Na temporada passada, quando iniciou as negociações de compra do milho brasileiro por parte do gigante asiático, foram embarcadas de fevereiro a janeiro 2,14 milhões de toneladas.
O programa de exportação de farelo de soja embarcou em outubro 1,94 milhão de toneladas. No décimo mês de 2022 o total foi de 1,76 milhão de toneladas.
As embarcações mensais desaceleraram após 4 meses seguidos de volumes acima de 2 milhões de toneladas. Estão nomeadas para novembro exportação 2,27 milhão de toneladas e para dezembro 274 mil toneladas, portanto, o comprometido no ano é de 21,59 milhões de toneladas. O principal comprador de farelo do Brasil essa temporada é a Tailândia (2,64 mmt), seguido pela Indonésia (2,55 mmt).
O Brasil também exibe recorde nas exportações de óleo de soja, que atingiram no acumulado do ano 2 milhões de toneladas.
O programa de exportação de algodão encerrou outubro 225,7 mil toneladas. No mesmo mês de 2022 o total foi de 260,11 mil toneladas.
No acumulado do ano foram exportadas 1,13 milhão de toneladas da fibra natural – no mesmo período do ano passado o volume foi de 1,36 milhão, e do ano retrasado 1,57 milhão. O principal destino do algodão brasileiro nessa temporada é Bangladesh, que comprou do Brasil 140,36 mil toneladas de janeiro a setembro.
O programa de exportação de carne bovina fechou outubro com 186,2 mil toneladas. Em outubro de 2022 o volume total foi de 187,79 mil toneladas.
No acumulado do ano foram exportadas 1,60 milhão de toneladas de carne bovina brasileira. A China representa 56,76% das vendas brasileiras e comprou de janeiro a setembro 851,48 mil toneladas, enquanto no mesmo período do ano passado o volume foi de 916,99 mil toneladas.
O programa de exportação de carne suína embarcou em outubro 82,6 mil toneladas. No mesmo mês de 2022 o total foi de 96,41 mil toneladas.
No acumulado do ano foram exportadas 974,3 mil toneladas, volume recorde. No mesmo período do ano passado o volume foi de 897,7 mil toneladas. No primeiro semestre a China comprou 311,10 mil toneladas da carne suína brasileira, volume 2% superior a 2022.
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INEFICIÊNCIA: O ritmo de crescimento dos programas brasileiros de milho e soja continuam crescendo em um bom ritmo, mas a logística é a principal barreira.
Paranaguá embarcou menos de 3 milhões de toneladas de milho, isso porque o porto ficou dedicado quase que exclusivamente à soja, mesmo com uma grande produção de milho safrinha no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Os embarques totais em Paranaguá poderiam ser bem maiores, tendo em vista os recordes de produção desse ano, o que não foi possível devido à baixa eficiência.
ENTREGA DE FERTILIZANTES: As entregas de fertilizantes no Brasil somaram 5,5 milhões de toneladas em agosto, RECORDE.
O produtor está repondo a redução do uso de fertilizantes no ano passado, quando os preços das matérias primas mais que dobraram de preço.
As entregas, importante indicador de consumo, aumentaram 32,6% ante o mesmo período do ano passado, segundo os dados da associação. O volume entregue supera a melhor marca mensal registrada pelo setor, de julho de 2021, quando as entregas tinham atingido 5,059 milhões de toneladas.
A SOJA FOI O LÍDER DA ALTA: Os futuros da soja na CBOT encerraram a semana com alta de 30 centavos por bushel, rompendo a resistência dos 1340 – máxima de fechamento do mês de outubro. Motivos da alta?
Atraso de plantio no Brasil. No Norte clima seco e quente. Muitas regiões no MT, Norte de Goiás e Tocantins continuam enfrentando clima adverso. No Paraná o plantio perdeu ritmo devido ao excesso de chuva. No geral, o programa da soja vai levar mais tempo para ganhar ritmo, abrindo um espaço para o programa americano;
A China está comprando soja para suas reservas nos EUA, pagando acima do Brasil para embarque fevereiro. A China vai precisar comprar mais soja para reservas em 2024, o que se explica pela queda no ritmo das compras em 2023.