O BLS (Bureau of Labor Statistics) divulgou 6ª-dfeira os dados do mercado de trabalho nos EUA referente ao mês de agosto. No período, a maior economia do mundo criou 187 mil novos postos de trabalho, um pouco acima do esperado pelos analistas (170 mil). O resultado do oitavo mês de 2023 ficou acima do reportado em julho, que foi revisado de 185 mil para 157 mil.
Em relação ao número de criação de postos de trabalho em agosto, 179 mil foi na iniciativa privada, também acima do esperado pelo mercado (150 mil). Já o governo criou 8 mil postos de trabalho.
A área de saúde foi a atividade que mais criou vagas de trabalho em agosto, gerando 71 mil postos. Ou seja, somente essa atividade foi responsável por 38% de toda a geração de postos de trabalho no oitavo mês de 2023. Dentro dessa atividade, tivemos os seguintes destaques: saúde ambulatorial (40 mil), instalações de enfermagem e cuidados residenciais (17 mil) e hospitais (15 mil).
A pandemia havia trazido uma resistência para as pessoas trabalharem na área da saúde, especialmente, em hospitais, por conta do medo do contágio. Passados os impactos negativos da Covid-19, os profissionais da área de saúde voltaram a demandar emprego nessa atividade, o que se espelha nos números em 2023. Esse ano, a atividade da área de saúde criou 423 mil vagas no acumulado até agosto, contra 343,3 mil em 2022 na mesma base de comparação e apenas 5,7 mil em 2021.
As outras atividades que podemos destacar na geração de empregos em julho foram: Assistência social (22 mil), Construção (22 mil), e Serviços profissionais e empresariais (19 mil).
Vale mencionar ainda, a atividade de lazer e hotelaria que foi o destaque de criação de postos de trabalho em 2022, mas que esse ano tem apresentado um desempenho bem aquém. Em agosto, essa atividade gerou 40 mil postos de trabalho e segue registrando corte de 290 mil postos de trabalho no acumulado desde o início da pandemia (março/2020).
A taxa de desemprego na maior economia do mundo subiu de 3,5% em julho para 3,8% em agosto. Os analistas esperavam uma estabilidade em 3,5%. Dessa forma, a taxa de desemprego nos EUA atingiu o maior nível desde fevereiro de 2022, quando foi de 3,8%. Portanto, a maior taxa de desemprego em dezessete meses.
Apesar da alta inesperada, a taxa de desemprego segue baixa, refletindo a taxa de participação da população apta a trabalhar que procura emprego ainda aquém do observado no período pré-pandemia.
Em fevereiro de 2020, 63,4% das pessoas em idade de trabalho procuravam emprego ou estavam trabalhando. Em agosto desse ano esse número foi de 62,8% e reportou leve melhora frente a julho (62,6%). Desde o início da pandemia, esse número nunca mais ficou acima de 63%.
Após o início da pandemia, estima-se que mais de 2 milhões de trabalhadores norte-americanos em idade ativa decidiram antecipar suas aposentadorias, reduzindo a oferta de mão-de-obra disponível.
Além disso, a pandemia trouxe dois problemas estruturais ao mercado de trabalho na maior economia do mundo.
Primeiramente, com dificuldade em encontrar mão-de-obra, setores administrativos das empresas passaram a buscar colaboradores que trabalhavam em creches, já que esses recebiam baixos salários.
Ao retirar funcionários das creches, houve uma queda de oferta de vagas para esse setor, o que dificultou as famílias a conseguirem colocar seus filhos nesse período escolar. Portanto, o marido ou a esposa tiveram que deixar o mercado de trabalho para poder ficar em casa para cuidar de seus filhos, já que não havia vagas em creches para todo mundo. Esse foi outro fator que trouxe uma redução de oferta de mão-de-obra disponível a trabalhar nos EUA.
Outro problema estrutural foi a redução de mão de obra de imigrantes ilegais, que retornaram aos seus países de origem na pandemia e não conseguiram mais regressar aos EUA, reduzindo a oferta desse tipo de mão-de-obra barata. O setor de serviços, especialmente, de bares e restaurantes, são as áreas que mais sofreram com essa redução de oferta de mão de obra estrangeira.
A escassez de mão-de-obra disponível a trabalhar nos EUA segue obrigando as empresas a elevarem os benefícios para os seus colaboradores, seja para contratação ou retenção do seu quadro de funcionários. Por conta disso, o salário do trabalhador segue registrando crescimento acima da média histórica.
Em agosto registrou alta mensal de 0,2%, levemente abaixo do esperado pelo mercado (0,3%) e do reportado no mês anterior (0,4%). Diante desse número, no acumulado em 12 meses registrou alta de 4,3% no oitavo mês do ano, em linha com o esperado e queda de 0,1 p.p. na comparação com julho.
O número no acumulado em 12 meses segue ainda muito acima da média histórica que é de 2,9%, o que tende a amenizar o ritmo desinflacionário nos EUA.
Com as pessoas tendo melhora em seus salários, o efeito corrosivo da disparada da inflação é menor e dessa forma, os norte-americanos podem seguir mantendo um bom nível de consumo. E sem um maior arrefecimento da demanda interna, a inflação demora mais para ceder como deseja o Fed.
Em linha com essa visão, os dados de consumo pessoal de julho, reportado ontem, registrou forte crescimento de 0,8% na variação mensal, acima do esperado pelos analistas (0,7%).
O aumento da taxa de desemprego e a desaceleração da variação salarial anual, reforça a visão dos investidores que o Fed não precisará mais elevar a taxa de juros nos EUA até o final de 2023.
A criação de postos de trabalho abaixo de 200 mil nos últimos três meses, sugerem perda de folego do mercado de trabalho e dá sustentação para um discurso de manutenção da taxa de juros na maior economia do mundo.
Portanto, diante desse cenário, os números reportados do mercado de trabalho dos EUA referente a agosto abrem espaço para que a alta de juros realizada no fim de julho tenha sido a última do ciclo de aperto monetário iniciado em março de 2022.
Em linha com esse sentimento, a probabilidade de a taxa de juros encerrar em 2023 no nível atual, sobe hoje, atingindo o maior nível nos últimos 30 dias. Agora, o mercado vê 61% de chance da taxa de juros na maior economia do mundo encerrar entre 5,25% e 5,50%. Apenas 29% vê possibilidade de uma nova alta e a possibilidade de uma queda de 0,25 p.p. subiu um pouco, saltando de 5% ontem para 9% nessa sexta.
Refletindo um aumento na expectativa de estabilidade da taxa de juros até o fim do ano, os ativos de risco ao redor do globo têm uma sessão de ganhos nessa sexta, com bolsas e commodities em alta e dólar em queda.
Nos EUA, o mercado acionário opera com ganhos entre 0,5% e 0,7%, enquanto que na Europa registra altas ao redor de 0,4%. O dólar IDX (contra cesta de moedas de países desenvolvidos) registra nesse momento queda de 0,3% e o índice Bloomberg Commodities sobe 1%.
Em linha com o movimento de seus pares no exterior, os ativos de brasileiros também registram valorização. O dólar comercial afunda 0,99% e é cotado a R$ 4,9010, enquanto o Ibovespa dispara 1,1%. Além do apetite ao risco no exterior, os ativos locais também refletem a divulgação hoje cedo do resultado do PIB brasileiro, que registrou crescimento bem acima do esperado.
Vamos nos aproximando do relatório de oferta e demanda de setembro, relatório que vai colocar um fim no mercado climático americano. Na verdade, o mercado climático já era para ter se encerrado no final de julho, mas acabou se estendendo devido ao clima americano que voltou a mudar – para seco e quente.
As volatilidades das calls do milho e da soja nos mostram esse movimento. A figura 1 mostra a forte alta da volatilidade implícita das calls de milho e soja em junho e julho – pico do mercado climático – seguido de um movimento de queda em agosto, com um leve repique por volta do início da 2ª quinzena do mês. Hoje as volatilidades das calls da soja já estão nos níveis vistos antes do início do plantio.
Depois do relatório de O&D de setembro, haverá um momento de transição até os meses de novembro e dezembro, quando as atenções se voltarão ao desenvolvimento da safra sul-americana de soja. Até lá, o fundamento principal será a demanda e o ritmo de crescimento dos programas americanos de exportação, principalmente da soja.
O programa do milho está muito lento. As vendas para a safra nova até a semana do dia 24 de agosto chegaram em 8,2 milhões de toneladas – há mais uma semana de vendas. Pelo visto, as vendas devem iniciar abaixo da temporada anterior, temporada que foi muito fraca. Dois pontos importantes:
– No ano passado nessa mesma época, o USDA estimava uma safra de 354 milhões de toneladas e um programa de exportação em 57,8 milhões de toneladas, programa de exportação que deve encerrar perto de 39,5 milhões de toneladas. Nessa temporada, a safra americana está estimada em quase 384 milhões de toneladas com um programa de exportação estimado em 52 milhões de toneladas – comparativamente, o USDA está muito mais conservador em relação às suas projeções de exportação em relação ao relatório de setembro do ano passado;
– O milho americano não está competitivo em relação à Argentina e ao Brasil para o Norte da África e Ásia. O que o USDA está dizendo é que os EUA continuarão pouco competitivos, reduzindo a proporção entre exportação/produção de 16,3% no seu relatório de setembro de 2022 para 13,5% em seu relatório de agosto desse ano. Ao mesmo tempo, o USDA está dizendo que o Brasil vai continuar liderando as exportações, talvez até pelo menos fevereiro, quando a logística brasileira precisa se dedicar ao programa da soja. O programa americano teria a janela de fevereiro a julho para crescer, até a entrada da safrinha brasileira de 2024 – falando nisso, com tão baixo farmer selling para a safrinha 2024, será difícil vermos muita oferta do Brasil vindo a mercado para a janela JAS. O mercado vai continuar muito concentrado no spot.
O programa da soja também está abaixo do histórico. As vendas antecipadas estão em 12,9 milhões contra 20,5 milhões no ano passado. Pontos que explicam essa queda:
– Durante todo o ano a curva da soja no CFR China permaneceu em carry, incentivando a compra da soja apenas no spot, soja do Brasil. A soja brasileira ficou tão barata a ponto de dar conta para exportar para fábricas americanas na costa Leste (provavelmente na Perdue);
– O produtor americano não está vendendo. Corretores locais estimam farmer selling em 22%, contra 32% na média para essa época. O motivo é o custo do dinheiro. Em 2021 o custo financeiro de carregar a soja um mês estava em 2 centavos por bushel. Em 2022 foi para 4 centavos e esse ano para 8 centavos, resultado da alta de juros. O custo maior está impactando diretamente no basis – no caso mais fraco. O resultado é que a China não alongou as compras e os produtores continuam segurando, muito parecido com o quadro no Brasil.
Os próximos dois meses serão focados na demanda e na capacidade dos EUA em executar seus programas. Pontos de atenção:
– O nível do Rio Mississippi está diminuindo, encarecendo as barcaças. Alguém vai ter que pagar essa conta e parece que não será o produtor americano;
– As margens de esmagamento no Brasil estão muito ruins, o que provavelmente vai gerar um excedente maior de soja na exportação. A capacidade logística e a eficiência dos portos serão barreiras importantes – o waiting time em Paranaguá passou de 50 dias;
– Para o milho americano, sua competitividade está muito atrelada ao encarecimento do Brasil. Aqui o produtor está vendendo mais soja que milho, devido a relação distorcida. Os prêmios no FOB continuam altos, acompanhando o alto custo de originação;
– A China pode ser uma surpresa no milho. O milho no mercado local continua subindo, o que sugere problemas de qualidade e baixa vontade de venda dos produtores locais;
LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA
“O segundo navio partiu dos portos de Odessa, na região de Grande Odessa, após a suspensão do “corredor de grãos” e chegou com segurança às águas territoriais da Romênia.
O navio graneleiro PRIMUS, anteriormente conhecido como POLARSTAR, deixou a área aquática do porto de Odessa no dia 26 de agosto.
Ele havia chegado a Odessa em 20 de fevereiro de 2022, proveniente do porto de GR PER PERAMA.
Este corredor temporário será principalmente utilizado para evacuar embarcações que estavam nos portos ucranianos de Chornomorsk, Odessa e Pivdennyi no momento de uma invasão em grande escala por parte da Federação Russa.
EXPORTAÇÃO
As exportações ucranianas de grãos atingiram mais de 2 milhões de toneladas em agosto, de acordo com dados recentes divulgados pelo Serviço de Alfândega do Estado. Desde o início da campanha de comercialização (MY) 2023/24, a Ucrânia já exportou um total de 4,343 milhões de toneladas de grãos, sendo que 2,069 milhões de toneladas foram enviadas apenas neste mês. Essas informações foram comunicadas pelo serviço de imprensa do Ministério da Política Agrária da Ucrânia.
É importante notar que, no mesmo período do ano passado, em 31 de agosto, o total de embarques foi de 3,964 milhões de toneladas, incluindo 2,264 milhões de toneladas em agosto.
Em relação às culturas, desde o início da temporada atual, as exportações foram as seguintes:
COLHEITA
A colheita de trigo e cevada foi concluída na Ucrânia. No dia 17 de agosto, as áreas cultivadas com grãos e leguminosas no país totalizaram 6,531 milhões de hectares, o que equivale a 60% da área planejada. Durante essa safra, foram debulhadas 28,769 milhões de toneladas de grãos, com um rendimento médio de 44 centners por hectare. Esses números foram divulgados pela assessoria de imprensa do Ministério da Política Agrária da Ucrânia.
Em relação às culturas específicas, o progresso da colheita é o seguinte:
– Trigo: Foram debulhados 4,65 milhões de hectares (atingindo 100% da previsão), com um rendimento médio de 47,2 centners por hectare, totalizando 21,94 milhões de toneladas colhidas.
– Cevada: Foram debulhados 1,484 milhão de hectares (99% da previsão), com um rendimento médio de 38,9 centners por hectare, totalizando 5,766 milhões de toneladas colhidas.”
ANÁLISES
O Ministério da Política Agrária calculou a quantidade de trigo que a Ucrânia poderá exportar nesta safra. No geral, para o período de 2023/2024, não se espera uma redução no volume de trigo destinado à exportação. Apesar da diminuição de 20% nas áreas de produção devido à ocupação de várias regiões, as condições climáticas favoráveis permitirão que os agricultores colham e exportem pelo menos a mesma quantidade de trigo que na temporada passada.
Os estoques de culturas de transição em 2023 são aproximadamente cinco vezes menores do que na temporada de 2022, quando havia 27 milhões de toneladas de produtos agrícolas no país durante o meio do verão.
Ao avaliar as perspectivas da colheita de 2023, o ministro observou que houve uma redução de 20% na área de produção de culturas agrícolas em comparação com o ano pré-guerra de 2021, devido às áreas em Donbas, Zaporizhzhia e no sul do país que estão atualmente sob ocupação. Ele também especificou que, durante a campanha de semeadura de outono de 2022, as safras de inverno foram semeadas com 25% a menos do que em 2021.
No entanto, graças ao clima favorável, uma colheita significativamente maior foi obtida nessas áreas. O inverno não foi rigoroso, não houve quedas bruscas de temperatura e a umidade foi suficiente, o que contribuiu para o aumento da colheita.
É importante destacar que, ao considerar a colheita das safras de primavera na safra atual, o ministro enfatizou que uma combinação de fatores naturais e climáticos, incluindo um verão úmido e temperaturas médias, afetou a qualidade do grão, que será inferior à temporada passada. Haverá menos trigo de moagem e mais trigo para ração, mas essa variação é comum na Ucrânia, onde a temporada agrícola está principalmente sujeita às condições climáticas.
Depois da intensa volatilidade nos preços do trigo em Chicago durante o mês de julho e boa parte de agosto. Os futuros tem operado geralmente em queda nas últimas sessões, renovando suas mínimas de dois anos e meio, com o mercado diminuindo suas preocupações com a oferta de trigo no Mar Negro.
Embora os ataques ainda ocorram pontualmente, o mercado já notou que a capacidade de escoamento dos países em guerra não foi tão fortemente comprometida, já que apesar do fim do acordo de grãos e bloqueio das operações em dois portos importantes da região da Grande Odessa. A Ucrânia aumentou sua capacidade de embarques pelos portos do Danúbio.
Os EUA e outros países da OTAN que fazem divisa com a Ucrânia, tem se esforçado para apoiar as exportações de grãos ucranianos. A UE, deve trabalhar ainda, para buscar a retirada dos bloqueios de exportações da Ucrânia por cinco países da Europa Oriental, que vence no dia 15 de setembro, o que poderia ser ainda mais baixista para o trigo europeu e, por consequência, para o trigo na CBOT. Esses desdobramentos devem ser acompanhados de perto.
Embora a guerra tenha afetado os preços das commodities na primeira metade de 2022, especialmente do trigo, levando o cereal a níveis recordes na CBOT. Nos últimos meses, o efeito da guerra tem sido ao contrário. Ao invés de elevação nos preços, o conflito Rússia e Ucrânia tem causado uma grande pressão de queda nos preços internacionais do trigo.
Isto porque, diante dos riscos de guerra, Rússia e Ucrânia tem ofertado grãos a níveis muito baratos na exportação. No caso do trigo, os descontos do trigo russo de 12,5% de proteína, está agora na faixa de US$ 70/t FOB quando comparado ao trigo hard americano (HRW). Este spread entre trigo russo e dos EUA, já chegou a ficar acima de US$ 100/t FOB há poucos meses.
Com os preços do trigo da Rússia a níveis muito descontados em relação aos demais players exportadores. A Rússia tem conseguido exportar em níveis recordes, enquanto os demais países estão sofrendo grande queda na demanda internacional.
Em 22/23 os EUA tiveram o seu menor ritmo de exportação de trigo em mais de 20 anos e para a temporada 23/24, o cenário não está diferente. Desde 1º de junho até agora, o acumulado das inspeções de exportação de trigo dos EUA está em 4,030 Mi de t, contra um ritmo de 5,125 Mi de t do ano passado para esta mesma época.
Em contrapartida, a Rússia finalizou a temporada 22/23 com um total de 47,5 Mi de t de trigo exportado e, somente de janeiro a julho de 2023, conta com um ritmo de embarques 70% acima da média dos últimos cinco anos.
Para 23/24, a perspectiva de exportação de trigo da Rússia é ainda maior, considerada por algumas consultorias que atuam na região do Mar Negro, em até 49 Mi de t.
Para o mês de agosto, a Rússia tem uma projeção de exportar 5,1 Mi de t, o que ficaria 16% acima do volume do mês anterior e seria o segundo maior nível de trigo exportado mensalmente pelo país, atrás apenas de nov/22.
Desta forma, enquanto a Rússia continuar inserida no comércio internacional, despejando oferta abundante de trigo a níveis muito descontados, o trigo de outros países não tem muito espaço para alta.
Outro fator que continua sendo baixista ao trigo, são os rumores de um novo acordo de grãos pela Rússia e Ucrânia em breve. Segundo o presidente da Turquia, Taypp Erdogan, um encontro presencial com o presidente da Rússia, Vladmir Putin, será marcado em breve, justamente para tratar de uma possível retomada da iniciativa de grãos do Mar Negro.
Tanto Erdogan, como os membros da ONU, apontam que não existe uma alternativa secundária que seja tão eficiente quando o acordo de grãos e que o corredor, deveria ser retomado imediatamente.
Enquanto a retomada da iniciativa não acontece. A Ucrânia tem buscado apoio para a criação de um corredor humanitário alternativo pelo Mar Negro, assim como, expandido sua capacidade de escoamento pelos portos do Danúbio, que possuem um projeto para dobrar de capacidade de escoamento até final do ano, passando de 2-2,5 Mi de t atualmente, para até 4 Mi de t por mês.
Se este projeto tiver êxito, o escoamento de grãos ucranianos pelo rio Danúbio, seria capaz de movimentar todo o saldo exportável de grãos ucranianos da safra 23/24. O que, portanto, diminui ainda mais as preocupações com a oferta global de suprimentos.
O trigo dez/23 saiu de 692 centavos por bushel em 31 de julho, para atuais 610 centavos por bushel na sessão desta terça-feira (29).
Mesmo com as tensões da guerra ainda trazendo alguma volatilidade, o mercado continua atento a capacidade de escoamento de ambos os países e não necessariamente ao conflito em si. Se a Rússia ou Ucrânia pararem efetivamente de exportar, isso seria um fundamento altista, porém, enquanto os dois países continuarem ativos no comercio internacional, as preocupações diminuem.
Deste modo, a perspectiva tanto para o curto, como para o médio prazo, diante de um controle da situação do Mar Negro, é que os preços do trigo continuem pressionados.
Observando um cenário mais longo, a partir de dezembro e janeiro, quando o inverno rigoroso do Hemisfério Norte diminui a capacidade operacional dos portos da Rússia pelo mau tempo, assim como, por estarmos em um período de entressafra nesta região (Hemisf. Norte), podemos ver algum suporte de elevação para os preços.
Apesar disso, não vemos uma força grande que essa alta possa trazer aos preços locais de trigo no Brasil, uma vez que ainda estaremos em época de colheita do trigo brasileiro e também da Argentina, o que pode manter os nossos preços sem muito espaço para elevação. Salvo, se a safra for comprometida pelos efeitos do El Niño, o que ainda não é descartado.
Dados do dia 21 de Agosto
Após ter saído dos US$ 278/t em meados de junho e alcançado os US$ 440/t no início de agosto, ou seja, acumulando um aumento de 58% em menos de dois meses, na última semana as cotações da ureia CFR Brasil voltaram a recuar. Os preços do nitrogenado pairaram em torno de US$ 420/t CFR, resultando em uma queda de aproximadamente 4,5% em sete dias. Até mesmo na sexta-feira, as cotações do fertilizante já eram vistas na faixa de US$ 405/t CFR Brasil. O movimento de queda foi influenciado pelos desdobramentos do tender indiano (detalhes na página 04). Assim como no Brasil, em outras localidades a derrocada também foi expressiva. As cotações da ureia FOB Egito, negociadas no mercado futuro, encerraram a última semana perto de US$ 400/t, em comparação com os US$ 450/t do início de agosto.
Ainda em relação ao país do norte da África, o governo egípcio informou que as empresas produtoras de fertilizantes nitrogenados poderão retomar a produção por completo. Lembrando que no mês passado, as empresas locais receberam uma solicitação para reduzir a produção em 30%, visando direcionar o gás natural para o consumo doméstico. Contudo, os produtores ainda seguem cautelosos em relação às retomadas. Analisando outros locais, os preços da ureia FOB Irã estão na faixa de US$ 390/t, e na China as cotações da ureia também recuaram nos últimos dias. No mercado doméstico brasileiro, os preços ainda não demonstraram reações às quedas no mercado internacional. As cotações no porto de Paraguá pairam entre US$ 500-510/t FOB, enquanto no interior os preços em reais por tonelada ainda permanecem superiores a R$ 2.500/t. Caso as quedas persistam no mercado internacional, é provável que os preços para os produtores rurais brasileiros sejam reajustados para baixo nas próximas semanas. Quanto ao sulfato de amônio, as cotações também tiveram uma queda. Os preços do fertilizante nitrogenado CFR Brasil situaram-se na faixa de US$ 215/t, em comparação com os US$ 220-225/t da primeira semana do mês de agosto. Por fim, em relação ao nitrato de amônio, as cotações ainda permanecem acima de US$ 320/t CFR Brasil, no entanto, houve negociações a US$ 350/t CFR.
Diferentemente dos nitrogenados, as cotações dos fosfatados seguem em alta. Os preços do MAP CFR Brasil alcançaram a marca de US$ 530/t na semana passada. Ou seja, de meados de junho até o momento, os preços do fertilizante subiram US$ 100/t. Assim como no Brasil, as cotações no maior produtor do mundo de fósforo também estão em alta. Os preços do DAP FOB China já estão próximos de US$ 540/t, ou seja, houve uma alta de 27% nas cotações nos últimos 30 dias. Cabe pontuar que, no começo do mês passado, enquanto as cotações dos fosfatados subiam no Brasil, no gigante asiático os preços ainda davam sinais de enfraquecimento. Nesse momento, os valores do DAP chinês já superam o MAP CFR Brasil. Na Índia, o movimento também é de alta, com os preços ficando entre US$ 540-545/t CFR. Ainda sobre os desdobramentos na Ásia, alguns traders comentam que a disponibilidade de MAP chinês está reduzida, diferentemente do que era observado no primeiro trimestre do ano. Além disso, recentemente, os preços do enxofre na China tiveram incrementos, o que encarece o custo de fabricação de fosfatados. Por fim, no mercado doméstico brasileiro, o sentimento de escassez continua presente no curto prazo. As cotações do MAP FOB Paranaguá ficam entre US$ 580-590/t. No interior, as cotações superam R$ 3.100/t. Quanto ao superfosfato simples, os preços estão na casa de US$ 240/t CFR, e o superfosfato triplo paira em US$ 420/t CFR Brasil.
As cotações do cloreto de potássio tiveram uma leve queda de US$ 5,0/t na última semana e ficaram próximas de US$ 350/t CFR Brasil. Os preços do fertilizante têm se mostrado mais estáveis nos últimos tempos. Um ponto importante foi a negociação envolvendo a Uralkali e a companhia indiana NFL, na qual foram adquiridas 100 mil toneladas de KCl standard a US$ 319/t CFR com prazo de pagamento em 180 dias. As cotações do KCl destinado à safra de soja 2024-25 estão sendo oferecidas na faixa de US$ 500/t FOB Rondonópolis. Vale ressaltar que, em meados de junho, as cotações desse fertilizante chegaram a ser negociadas entre US$ 420-430/t, para 2023-24.
El Niño: A anomalia da temperatura na região 3.4 continua subindo, conforme os modelos já vinham projetando. Os modelos estão projetando anomalia de +2,6 °C em Dezembro.
Vai voltar a ficar muito quente nos EUA para os próximos 15 dias. Poucas chuvas previstas para todo Meio Oeste e Planícies. Há duas consequências importantes:
– A elevação da produtividade da soja para o relatório de setembro não deve ocorrer. O mercado dava essa possibilidade como certa. A melhora nas condições das lavouras na semana do dia 13 reforçou essa ideia. Mais reduções na produtividade da soja podem trazer os estoques americanos para níveis perigosos, o que demandaria racionamento;
– O Rio Mississippi continua perdendo profundidade e largura. Esse fundamento pode levar mais demanda para o Brasil, reforçando o cenário de programa de exportação de 100 milhões de toneladas;
Argentina: Modelos mostram que as chuvas não devem se firmar em outubro, período de plantio do milho 1ª Campanha, o milho mais produtivo da Argentina
Índia: A Índia vai ter o Agosto mais seco em mais de 100 anos. As Monções em julho já ficaram abaixo do normal e para a agosto deve se repetir o padrão. Até o dia 17, as regiões produtoras de grãos receberam 70% do volume normal para um mês de agosto. Impactos:
– Esse é ano de eleição na Índia, colocando como prioridade do atual 1º Ministro, Narendra Modi, o controle dos preços de alimentos. A inflação de alimentos não para de subir na Índia, o maior risco político de qualquer político na Índia. Barreiras à exportação de alimentos são ferramentas conhecidas dos políticos indianos;
Europa: Nova onda de calor pode trazer mais estresse para o milho e demais culturas de primavera. A Espanha é um grande importador de milho, sendo que seu maior fornecedor é a Ucrânia.
Foram destaques essa semana: O risco de execução no Golfo, o milho na China continua subindo e queda para os prêmios da soja para a safra nova.
Os prêmios da soja nos EUA para embarque outubro e novembro encerram a semana em alta, puxando os basis no CFR China. O prêmio FOB para embarque na 1ª quinzena de outubro subiu 13 centavos até essa 5ª-feira. No destino os basis para embarque outubro subiram mais de 20 centavos – as ofertas na 6ª-feira passada (25) para embarque outubro a partir do Golfo estavam em +228sx, subindo para +255sx nessa 6ª-feira. A alta do frete das barcaças e do frete marítimo são os motivos principais, o que está diretamente relacionado ao clima. A alta do frete das barcaças está sendo causada pela redução do draft das barcaças e também pela redução do tamanho dos comboios. No início de agosto o percentual do valor do frete de Saint Louis para o Golfo estava em 725% para embarque outubro. Ontem estava em 875%, muito parecido com o ano passado. No final de setembro do ano passado, o frete spot chegou a 2000% – o valor do frete é cobrado em percentual sobre um valor histórico. Normalmente uma barcaça trabalha com draft entre 11 a 12 pés, o que corresponde a uma capacidade de 55 mil bushels de soja e até 70 mil bushels de milho, 1500 toneladas. Hoje as barcaças estão trabalhando com 9,6’, sendo que já falam em 9 pés. O tamanho dos comboios é normalmente de 40 barcaças, podendo cair para menos de 20, como no ano passado. No final das contas, são necessárias mais barcaças para levar o mesmo volume. Talvez a alta do frete não chegue aos níveis do ano passado, uma vez que o programa é bem menor e o Brasil tem mais soja e mais milho comparativamente, o que sempre é uma alternativa para os importadores. Os fretes marítimos Golfo-China também estão subindo, o que se explica pela alta do petróleo e congestionamento no Canal do Panamá. O frete do Golfo para os portos no Norte da China subiu de $46 por tonelada de meados de julho para $54 nessa semana. A administração do Canal está vendendo o direito de não ficar na fila, como se fosse uma fila expressa. O valor normal da travessia é de $400 mil. A fila expressa está saindo a $2,4 milhões, segundo o site oficial. Os navios que saem do Golfo para a Ásia possuem três alternativas principais, uma mais cara que a outra, 1) Canal de Suez; 2) contornar a Terra do Fogo na Argentina e; 3) contornar o Cabo da Boa Esperança na África. De qualquer forma, são 10 dias a mais de viagem para quem não quiser a linha expressa, encarecendo o frete. O spread entre o frete Santos e Golfo, ambos para o Norte da China, subiu de $9 por tonelada para $12. É claro que tudo isso não ajuda os programas de exportação americanos, que já estão atrasados.
O milho na China continua subindo. Os futuros na bolsa de Dalian encerraram em alta pela 2ª semana seguida. Na semana passada subiram quase 2% e essa semana 1,4%. No físico o milho continua subindo também. Sazonalmente o milho na China já deveria estar caindo, precificando a entrada da safra. Os futuros do amido também estão subindo, o que permite as fábricas pagarem mais pelo milho, mantendo os basis firmes. A qualidade do milho pode ser um problema? Essa é uma pergunta que seguidamente estou fazendo para meus amigos na China. Os mapas de umidade de solo mostram uma situação bem preocupante. O percentual de solo considerado com umidade excessiva saiu de 24% para 33% nessa semana. Mais chuvas são previstas para as províncias de Jilin e Liaoning. Não sei como está o preço do trigo de baixa qualidade. Dizem que está entrando nas rações. É muito provável que esteja entrando mesmo, substituindo o milho. A Associação das Indústrias de Rações na China divulgou seus números de julho, mostrando que o uso de milho caiu de 32,8% para 27,2%. O milho ficou caro em relação ao trigo feed ao arroz quebrado e à cevada importada. Na semana passada o governo realizou mais um leilão de arroz para as fábricas de ração. Do lote de 2 milhões de toneladas a demanda foi de 80%, sendo que o preço ficou abaixo do milho. Os preços do milho continuam subindo em uma época que já deveriam estar caindo, um sinal de que podemos ter surpresas. Ontem corretores da Agrinvest falaram em mais demanda da China para embarque 2ª quinzena de outubro, firmando os prêmios. Negócios reportados a +95cz para embarque novembro, com China incluso.
No Brasil os prêmios da soja para a safra nova caíram forte na semana, mesmo com a queda na CBOT. Até o fechamento dessa 5ª-feira, os futuros na CBOT haviam perdido 20 centavos por bushel e os prêmios para março, abril e maio também perderam 20 centavos na semana. Ontem reportes a -115sk para embarque abril, o que equivale a uma oferta no destino a +5sk – 5 centavos por bushel acima do contrato maio. Historicamente é muito baixo para os chineses, mas agora o nosso histórico é esse ano. Os níveis de prêmios mudaram completamente, o que pode ser explicado pelo tamanho das safras de milho e soja, o tamanho dos programas de exportação, a capacidade de execução e o tamanho da demanda. Tudo isso gera ineficiência, o que acaba se convertendo em prêmios mais fracos a partir do interior. A semana chega ao fim com waiting time em Paranaguá em 51 dias, 6 dias de crescimento na semana. Só por isso já temos um custo de 60 centavos por bushel de demurrage e financeiro. Esse é o desconto do papel em Paranaguá para um cargo em um porto que não tem lineup, a exemplo de Rio Grande. É muito provável que essa situação vai se estender durante o início da safra de soja, uma vez que ainda há muito milho para sair no Paraná e no Mato Grosso do Sul, sendo que Paranaguá é a principal rota de escoamento para esses estados. A saída seria exportar por Rio Grande, mas o frete é mais caro. Para isso ocorrer, os preços do milho nas cooperativas do Paraná terão que cair mais. Falando em frete, voltaram a subir, principalmente no Mato Grosso e no Paraná. O frete curto no Paraná está muito caro. O frete do Mato Grosso para o Sul do país está subindo também, o que pode reduzir os volumes de soja na exportação, sem falar na qualidade que está a cada dia pior – os percentuais de avariado da soja do Mato Grosso estão subindo, soja que serve apenas para a indústria.
Rápidas da manhã: Bolsas de lado no Ocidente no aguardo do Payroll. Ontem o PCE core, a medida preferida do Fed para a inflação, subiu mais que o esperado – dólar para cima; a relação dívida/PIB do Brasil voltou a subir; na China as bolsas encerram a semana em alta 2,2%, encerrando uma sequência de 3 semanas de queda; o BC chinês anunciou mais cortes de compulsórios e mais cortes de juros sobre hipotecas; todos atentos à decisão dos credores da Country Garden, mais construtora chinesa; câmbio na China encerra a semana em queda a 7,26; IDX estável, ouro subindo 0,15% e o petróleo subindo 0,5% acima dos $84 o barril – queda dos estoques americanos e temporada de furações; soja na CBOT caminha para encerrar a semana com queda de 9 centavos, o milho com queda de 8 centavos e o trigo em queda de 18 centavos; o trigo russo continua muito barato, tirando demanda dos demais exportadores.
O Banco Central divulgou na última segunda-feira a atualização das projeções das principais instituições financeiras do país para os indicadores macroeconômicos mais relevantes.
Para a semana encerrada no dia 18 de agosto, os analistas revisaram para cima as expectativas para o IPCA e a taxa cambial ao final desse ano. Já a expectativa para o PIB e taxa Selic ao final de 2023 foram mantidas inalteradas.
O destaque ficou para o aumento na projeção do IPCA desse ano, passando de 4,84% para 4,90%. Vale salientar, que essa elevação é a primeira nas últimas quatorze semanas.
A piora na expectativa inflacionária desse ano é fruto do reajuste no preço da gasolina e do óleo diesel anunciado pela Petrobrás na terça-feira, dia 15. O preço praticado pela companhia junto as distribuidoras tiveram aumento de 16,3% para a gasolina e de 25,83% para o diesel.
A estimativa para o dólar ao final desse ano sofreu uma alta marginal, subindo de R$ 4,93 para R$ 4,95, refletindo a piora do humor externo ao longo do mês de agosto.
A projeção para o PIB ficou estável em 2,29%, enquanto a expectativa para a taxa Selic ao final desse ano foi mantida em 11,75% pela segunda semana seguida. O tom do comunicado e da ata do Copom, sugerindo mais três quedas na taxa de juros do Brasil em 0,50 p.p., está em linha com a perspectiva de que a taxa Selic encerre 2023 em 11,75%.
Brasil - Boletim Focus
Alemanha - Balança Comercial
EUA - FERIADO – Dia do trabalhador
China - PMI serviços - Caixin
Europa - PMI Composto
Europa - Inflação às empresas
Brasil - Produção industrial
Brasil - PMI Composto
EUA - Pedidos de bens duráveis
EUA - Condições das lavouras
Zona do Euro - Vendas no Varejo
Brasil - IGP-Di
EUA - Balança Comercial
EUA - PMI Composto
EUA - Livro Bege
Brasil - FERIADO
China - Balança Comercial
Europa - PIB
EUA - Pedidos Iniciais de
Auxílio-Desemprego
EUA - Balanço do FED
EUA - Vendas Semanais – USDA
China - Inflação consumidor e empresas
Estrategista de Commodities
(41) 3094.0228
marcos@agrinvest.agr.br
Analista do Complexo da Soja
(41) 3094.0221
eduardo@agrinvest.agr.br
Analista Macro
(41) 3094.0220
thiago.davino@agrinvest.agr.br
Mercado de Trigo
(41) 3094.0357
guilia.zenidin@agrinvest.agr.br
Analista de Fertilizantes
(41) 3094.0229
jefersonsouza@agrinvest.agr.br
Analista do Complexo da Soja
(41) 3094.0200
guilherme.jacomini@agrinvest.agr.br
O TRIGO É O DESTAQUE DE QUEDA: Futuros do trigo na Matif, bolsa europeia, encerram a semana em queda de 4,8%, renovando mínimas de 2 anos.
O trigo russo continua muito barato, tirando demanda dos demais exportadores como Canadá, os EUA e França.
No último leilão de compra do Egito, as origens que ganharam foram França e Romênia. Parece que a queda de preço começou a fazer seu trabalho de atrair demanda.
O MILHO NA CHINA CONTINUA SUBINDO: Os futuros na bolsa de Dalian encerraram em alta pela 2ª semana seguida. Na semana passada subiram quase 2% e essa semana 1,4%.
No físico o milho continua subindo também. Sazonalmente o milho na China já deveria estar caindo, precificando a entrada da safra. Os produtores continuam segurando o milho e a qualidade da próxima safra é uma grande dúvida.
BOLSAS CHINESAS: O CSI300 encerrou essa semana com alta de 2,2%, interrompendo uma sequência de três semanas seguidas de perdas.
Nessa semana os planejadores chineses colocaram mais estímulos, principalmente na forma de crédito. O BC´s reduziu o compulsório aos bancos e também reduziu de 8% para 6% a necessidade de reservas estrangeiras para os bancos – aumento da liquidez e redução da demanda por dólares.
O câmbio na China encerra a semana em queda, a 7,26.